A Secretária de Estado americana, Condoleza Rice, vai dar sequência ao discurso do presidente George Bush sobre a nova política da sua administração para o Iraque, a ser anunciado hoje, com um périplo pelo Médio Oriente, a região do Golfo Pérsico e a Europa.
Funcionários americanos aqui na capital, Washington, precisaram que Rice vai tentar, nessa sua digressão, que se inicia na próxima sexta feira, explorar as possibilidades de reatamento do diálogo israelo-palestiniano.
Mas, os assistentes da Secretária de Estado advertem que Washington não espera que da viagem surjam soluções de imediato.
Sabe-se, todavia, que Condoleeza Rice vai tentar explorar o que tem sido encarado como progressos na frente negocial israelo-palestiniana, enquanto tentará granjear o apoio dos Estados árabes moderados para a nova estratégia para o Iraque da administração do presidente George Bush.
Os esforços de paz para o Médio Oriente estão há mais de um ano numa situação de impasse, agravada pelo aparente diálogo de surdos entre o líder da autoridade palestiniana e da facção Fatah, Mahmoud Abbas, e o chefe do movimento islâmico Hamas, que controla o governo palestiniano, isto para além do congelamento das iniciativas de paz israelo palestinianos.
Entretanto, funcionários americanos entendem que alguns sinais positivos são visíveis na região, nomeadamente o acordo de cessar fogo em Gaza e os recentes encontros entre o primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, e o líder palestiniano, Mahmoud Abbas, mediados pelo presidente egípcio, Hosni Mubarak.
O porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, reconheceu que pouca coisa os Estados Unidos poderão fazer no que se refere ao conflito entre facções palestinianas, mas garantiu que Washington poderá, pelo menos, contribuir para que a moderação prevaleça entre as partes: “ Em termos da tensão entre o Hamas e o Fatah, está bem clara e a sua origem assenta, essencialmente, em contradições políticas que os palestinianos terão que resolver através do seu processo político. Portanto, isso é algo que terão que fazer. Da nossa parte, estamos a trabalhar com o presidente Abbas na busca de formas de reforço da funcionalidade das instituições que sustentam a resolução pacifica das divergências, entre israelitas e palestinianos”.
A administração do presidente George Bush já fez saber que vai tentar, do Congresso dos Estados Unidos, o desembolso de um pacote de ajuda orçado em cem milhões de dólares destinado ao pagamento dos salários e ao treino dos agentes das forças de segurança palestiniana, sob controlo de Mahmoud Abbas.
Enquanto isso, Rice inicia o seu périplo pelo Médio Oriente, pela região do Golfo Pérsico e Europa, com um encontro, em Jerusalém, com o primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, e com o líder palestiniano, Mahmoud Abbas, em Ramalah.
Condoleza Rice desloca-se, de seguida, ao Egipto e à Jordânia e, posteriormente, á Arábia Saudita ao Kowait, países onde o conflito iraquiano dominará a temática das conversações.
O itinerário da Secretaria de Estado americana não prevê nenhuma paragem no Iraque, por alegadas razões de segurança.
Na Europa, Condoleeza Rice vai participar na conferência de Paris, destinada a angariação de fundos para a reconstrução do Líbano, na sequência do conflito que opôs, no ano passado, tropas Israel ao movimento radical islâmico, o Hezbolah.