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Condoleezza, Natsios Procuram Apoios para Força da ONU em Darfur


O enviado especial americano ao Sudão, Andrew Natsios, parte esta sexta-feira, para uma nova missão em Kartum para tentar ultrapassar os obstáculos relativos à colocação de uma força internacional de manutenção da paz reforçada em Darfur.

Trata-se da segunda deslocação de Natsios à região desde Setembro, quando foi nomeado como enviado especial ao Sudão. A sua deslocação verifica-se num momento em que aumenta a violência em Darfur. Por outro lado, o governo de Kartum continua a resistir à ideia do envio para a região de uma força de manutenção da paz alargada.

Em Agosto passado, o Conselho de Segurança da ONU decidiu substituir a actual força da União Africana com sete mil elementos por uma força de manutenção da paz das Nações Unidas com mais de 20 mil efectivos. O Sudão considera que o envio dos “capacetes azuis” constituiria uma invasão do país. Contudo, no mês passado, cedendo a pressões diplomáticas concordou em aceitar uma força híbrida menor, composta de elementos da União Africana e capacetes azuis da ONU.

Andrew Natsios visitará tanto o Sudão como o vizinho Chade país que tem sido afectado pelo extravasamento da violência no vizinho Darfur. O enviado especial americano disse, no mês passado, que a administração Bush, que ofereceu incentivos diplomáticos se Kartum ajudasse a pôr termo à violência em Darfur, poderia optar por um plano alternativo não especificado, se o Sudão não aceitasse a presença da força alargada até 1 de Janeiro. Esta questão esteve no topo da agenda durante um encontro, realizado na quinta-feira, entre a Secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e o secretário geral da Liga Árabe, Amr Moussa, que tem tentado mediar o diferendo.

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Egipto afirmou, depois do encontro, que estava optimista e que um acordo para o envio daquela força para Darfur estava concluído a 75%. Entretanto, ontem, em Nova Iorque,o secretário geral da ONU, Kofi Annan, emitiu uma declaração expressando a sua profunda preocupação acerca da deterioração da situação de segurança em Darfur e das suas consequências para a região, especialmente no que se refere ao Chade e à Republica Centro Africana. Annan afirmou que a violência nas últimas seis semanas matou várias centenas de pessoas e deslocou mais de 80 mil outras em Darfur e no Chade. Acrescentou que se têm verificado violações sexuais em massa, assim como outras violações dos Direitos Humanos para além de ataques quase diários contra funcionários de agência de auxílio. O conflito de Darfur começou em 2003, quando rebeldes locais pegaram em armas contra o governo de Kartum. O governo sudanês respondeu armando as milícias árabes Janjaweed, que levaram a cabo uma política de terra queimada contra os rebeldes e os seus supostos apoiantes.

Entidades oficiais das Nações Unidas afirmam que o conflito já causou a morte de mais de 200 mil pessoas desalojando outros dois milhões.

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