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Declarações de Kumba Geram Crise em Bissau


Na Guine Bissau, no âmbito dos contactos que o presidente da República tem vindo a estabelecer com personalidades políticas e da sociedade civil local, na quarta-feira, foi a vez de Nino Vieira, receber em audiência o bispo católico de Bissau, D. José Camnate Bissign.

Em causa está a crise política despoletada pelas recentes declarações do ex-chefe de Estado guineense e recém eleito líder do Partido da Renovação Social, o PRS, Kumba Yala, que exigiu a demissão do actual governo liderado por Aristides Gomes, executivo a que paradoxalmente o partido que lidera integra.

Do encontro mantido entre o presidente com aquele influente clérigo local, pouco ou nada se sabe, mas segundo fontes na capital Bissau, Nino Vieira terá abordado com o bispo Camnate Bissign, a actual crise governamental no país e sondado a disponibilidade daquela autoridade da igreja católica guineense no sentido de uma intervenção tendente a dissuadir o partido de Kumba Yala da anunciada decisão de retirar o apoio parlamentar ao actual governo de iniciativa presidencial.

Recorde-se que o actual bispo de Bissau é por sinal, tal como , da etnia balanta, goza de um certo carisma e o seu perfil de mediador valeram- lhe no passado soluções consensuais nas cíclicas crises políticas atravessadas pela Guine Bissau..

Com a crise política prevalecente no país na agenda, o presidente guineense tinha já, na véspera, recebido o líder da antiga formação política no poder, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Carlos Gomes Júnior.

À saída da audiência, Gomes Júnior anunciou a convocação de uma reunião de urgência da liderança do PAIGC para uma tomada de posição do partido face as soluções para a crise política, supostamente propostas, pelo chefe de Estado bissau-guineense .

Enquanto isso, destacados dirigentes do Partido da Renovação Social (PRS), principal força da oposição guineense, anunciaram ter em curso um processo para a impugnação do recente congresso daquela formação política, do qual Kumba Ialá foi eleito presidente.

A liderar a iniciativa, está o actual Secretário de Estado de Cooperação Internacional, Tibina Sambe Nawana, um dos candidatos derrotados na recente corrida para a liderança daquele partido da oposição.

Em causa estão alegadas irregularidades e violações do estatuto do partido registadas durante o mais recente conclave daquela formação partidária.

Aquele membro do PRS e do governo de iniciativa presidencial, reconheceu, por outro lado, estar o partido vivendo uma das piores crises de sempre e numa fase crucial de contagem de espingardas, entre os críticos do actual apoio parlamentar do partido ao governo de iniciativa presidencial, no quadro do Forum de Convergência Democrática e os que em nome de uma suposta estabilidade, preferem ver perdurar a aliança.

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