Links de Acesso

AVIÕES DA TAAG A CAMINHO DE LUANDA


Uma cerimónia típica da aviação simbolizou a entrega esta quinta-feira, de cinco dos seis aviões encomendados pela TAAG a Boeing.

Ana Paula dos Santos, Primeira dama de Angola, Hélder Preza, vice-ministro dos Transportes, Josefina Pitra Diakité, embaixadora de Angola nos EUA, Nelson Pereira, presidente do Conselho de Administração da TAAG, e Luís dos Santos, membro do mesmo conselho, por esta ordem, cortaram as fitas correspondentes a cada um dos aviões, ao que se seguiu a entrega das chaves. Nelson Pereira presidente do Conselho de Administração da TAAG e, Ross Bogue, vice-presidente para os programas de aviação da divisão de Everett, assinaram os termos de entrega dos aviões. Mark Jenkins vice-presidente para aviação da Divisão de Renton, também assistiu a cerinónia.

A delegação angolana teve também um encontro com o presidente da Boeing, Scott Carson, cujo pai foi um dos pilotos indicados pela companhia para trazer até Luanda os primeiros 737-200 adquiridos por Angola em 1975.

Após um curto passeio a um dos dois 777, os três 737-200 deixaram Everett, arredores de Seattle, Estados Unidos da América.

Os três aviões partiram com intervalos de 15 minutos. Escalaram Gander, na Nova Escócia, Canadá, de onde seguiram para Dakar no Senegal. O último percurso desta viagem termina com a chegada a Luanda na manhã deste sábado.

As aeronaves, três aviões do tipo Boeing 737-700 fazem parte de uma frota de seis aparelhos encomendados há um ano pela companhia angolana. A encomenda ficou orçada em cerca de 990 milhões de dólares. Destes, cerca de 250 milhões foram financiados por um sindicato de bancos angolanos composto pelo BAI, BESA e BFA. Os títulos relativos a esta tranche feita no âmbito da divida pública foram depois repassados a bancos estrangeiros. A encomenda da TAAG compreende ainda outro 737-700 que será entregue em Janeiro de 2007, e dois 777-200 que saíram de Everett esta sexta-feira, devendo chegar a Luanda na manhã deste sábado. Descontada a diferença de horas, os aviões cumprirão um “voo recorde de cerca de 16 horas e 30 minutos”.

Os aviões deverão aterrarar em Luanda um atrás do outro.

Nélson Martins, presidente do Conselho de Administração da TAAG disse à Voz da América que esta nova geração de aviões oferece melhores condições para responder à concorrência.

<Sentimo-nos felizes por podermos corresponder às exigências do mercado, ou seja, apresentarmos aviões novos, com uma comodidade muito diferente daquela que vínhamos fazendo. Temos tudo para poder concorrer com as outras companhias em pé de igualdade pelo menos termos de equipamento Agora falta melhorar a nossa prestação e apresentar um produto que vá de encontro aos nossos clientes>.

Nelson Martins disse que os novos aviões serão usados nas linhas europeias, e que muito brevemente serão abertas novas linhas. <Muito brevemente abriremos as linhas de Londres, Dubai e China. Teremos ainda este mês uma terceira frequência para o Brasil, mas ainda em 747>.

Enquanto isso Hélder Preza, vice-ministro dos Transportes, disse que o acto desta quinta-feira em Everett representa muito mais do que a simples aquisição de novos aviões.

<Estas aeronaves representam um virar de página na história da aviação civil em Angola. Há mais de 20 anos que não adquiríamos aeronaves novas e estamos neste momento a adquirir aeronaves com tecnologia de ponta, mais eficientes mais seguras, de modo a dotarmos a nossa indústria de transporte aéreo com capacidade para competir num mercado que é altamente competitivo e exigente.>

Hélder Preza disse que em relação aos aeroportos estão previstas intervenções - algumas já em curso - e que outras que virão à medida que a capacidade financeira de Angola for melhorando. <Temos neste momento obras nos aeroportos do Bié, Onjiva e Cabinda, e temos programado para o próximo ano, obras em outros aeroportos>.

A escolha feita pela TAAG deixou de fora a Airbus, mas colocou à companhia angolana perante o dilema de escolher entre o 777 e 787, o conhecido Dreamliner. A decisão foi feita pelo Conselho de Administração cessante. João Miguel Santos executivo da Boeing que negociou com a antiga administração da TAAG entende que a companhia angolana ficou mais bem servida com os 777.

<O 787 é um avião com menos capacidade do que o 777. Este leva de 280 a 420 passageiros. O 787 de 230 a 270 lugares. São aviões que se complementam e que servem, sobretudo para companhias que tenham escolhidos os dois aviões. Os estudos que fizemos com a TAAG levaram-no a concluir que o 787 era um avião com uma capacidade muito pequena para s necessidades de tráfico que a TAAG tem>.

João Miguel Santos que viveu em Angola de 1959 a 1974, altura em que se transferiu para os EUA, disse a Voz da América que estes como outros aviões, são financiados para 10, 12 anos. <Sob do ponto de vista técnico podem continuar a voar por mais 20 ou 25 anos, mas são aviões que deverão estar na companhia entre 10 a 12, e depois serem mudados por um avião mais moderno>. Disse ainda que dependendo do resultado de um estudo de viabilidade, a Boeing poderá vir a abrir um centro regional de manutenção, o que a acontecer resolverá um dos maiores problemas da companhia angolana.

Para os voos inaugurais estavam escalados para o primeiro dos 737, Araújo Vasconcelos, chefe de frota, e Hélder Silva Ramos. Esta tripulação foi a primeira a deixar os EUA. Rui Tavares, e António Vicente Bezerra deveriam vir no segundo, enquanto que João Luís Macedo, e Fernando Ramos viriam ao leme do terceiro.

Osvaldo Mendes comandante de 777 será o primeiro a aterrar em Luanda. Com ele virá o comandante Horácio Cruz Júnior, enquanto que no segundo virão os comandantes José Dionísio e José Luís Prata Prata.

A chegada dos novos aviões é um dos eventos alusivos ao 31º aniversário da independência de Angola a assinalar-se exactamente este sábado. Interrogado pela Voz da América sobre se conseguia visualizar a chegada a Luanda no dia 11 de Novembro, o Comandante Araújo Vasconcelos primeiro a deixar os EUA, disse que conseguia sentir a animação que vai por Luanda.

<É o 11 de Novembro, e isto acaba por ser uma prenda muito linda. É de agradecer os que fizeram para que os aviões chegassem a 11 de Novembro>.

Por sua vez o comandante Osvaldo Mendes disse que se trata de um êxito na área da aviação. <Prevejo uma chegada marcada por muita euforia e entusiasmo. Será também se calhar, um reconhecimento a TAAG e aos pilotos pela participação na reconstrução do país. Estamos todos de parabéns, a companhia, e a nação angolana em geral>. Os comandantes Dioniso e Prata não ficaram por menos. O primeiro que tem uma experiência de 33 anos disse que se trata do êxtase. <Poder levar a nova tecnologia para Angola e saber que foi uma escolha correcta é maravilhoso>; já o segundo que leva pela terceira vez aviões dos EUA, para Angola - levou o Bravo Papa, e o Bravo XR - ambos 737 disse que esta missão<é a prova do reconhecimento à classe de pilotos. Em última instância viemos a aprender a voar este avião, e não aprender a ser pilotos como alguém insinuou>.

XS
SM
MD
LG