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Por Termo Ao Embargo Económico Contra Cuba


A assembleia geral das Nações Unidas adoptou por unanimidade uma resolução instando os Estados Unidos a porem termo ao embargo económico contra Cuba.

Pelo decimo quinto ano consecutivo, a assembleia geral aprovou uma deliberação, entretanto não vinculativa criticando o embargo de Washington ao regime cubano de Fidel Castro.

A votação deste ano acabou por obedecer aos mesmos parâmetros do ano passado, com 183 votos a favor e apenas Israel e dois outros pequenos estados no pacifico a votarem favoravelmente aos Estados Unidos.

Esta votação tornou-se rotineira, anualmente isto desde 1992. Desta vez a lista dos intervenientes a condenarem o embargo imposto por Washington a Cuba e a política dos direitos humanos norte americano, figuravam países tais como o Zimbabwe, Sudão, Síria, Birmânia, Belarussia, China, Vietname e Laos.

O ministro dos negócios estrangeiros de Cuba, Filipe Perez Roque representou Havana nos debates.

Falando através de um interprete, aquele governante cubano criticou o embargo, cujos efeitos chegou a comparar a um genocídio.

‘A guerra económica levada a cabo pelos Estados Unidos contra Cuba, que é a mais extensiva e cruel guerra jamais levada a cabo, que pode ser classificada de um acto de genocídio, de uma clara violação das leis internacionais e da carta das Nações Unidas... nos últimos 48 anos... o embargo decretado pelos Estados Unidos causou em Cuba danos económicos que excedem os 86 mil milhões de dólares’.

O representante dos Estados Unidos na sessão da assembleia Geral, o embaixador Ronald Godard rejeitou as acusações de Cuba e considerou o embargo de uma questão bilateral entre Washington e Havana.

Godard disse ainda perante a assembleia geral que Cuba deve aceitar a responsabilidade no destino do seu povo e que deve mudar de política, antes que o embargo seja levantado.

‘A resolução de forma imprecisa acusa o embargo comercial imposto pelos Estados Unidos de degradar a vida do povo cubano, enquanto iliba a política do governo cubano, que nega aos cubanos o direito a um salário digno, o direito de ter iniciativas empresariais, que comprem e vendam propriedades, o direito a liberdade de livre associação e de expressão’.

Durante os debates, o embaixador da Austrália junto da ONU, Robert Hill chegou a propor uma emenda no sentido de um maior equilíbrio da resolução.

Hill disse na altura ser importante realçar que o embargo foi motivado por preocupações legitimas em face de ausência de liberdades fundamentais em Cuba.

‘Não existem razões para se repetir a pratica, anos após anos. Portanto, este ano deveríamos propor uma abordagem diferente. Propomos que a Assembleia Geral aprove uma emenda, que exija o fim do embargo, mas que por outro lado instasse Cuba a introduzir melhorias em termos de desempenho no respeito dos direitos humanos’.

A proposta australiana foi chumbada, apesar da margem ter sido ínfima. Logo de seguida, os 192 membros da assembleia geral a ONU, decidiram então passar a votação e consequente aprovação por unanimidade da resolução condenatória do embargo norte americano a Cuba.

Apesar do veredicto da votação não ter nenhum efeito legal, tal como não fora no passado, ela serve, entretanto de barómetro da opinião internacional em face da questão.

Recorde-se que os Estados Unidos impuseram o embargo ao regime de Fidel Castro em Cuba, em 1961, logo após a fracassada operação militar da Baia dos Porcos, apoiada e orquestrada pelos serviços secretos americanos.

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