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A Situação Em Darfur Está Melhor Do Que Antes


O ministro sudanes da cultura, disse que a situação humanitária decorrente do conflito na volátil região de Darfur não é no fundo tão alarmante, tal como tem sido descrita pela imprensa internacional e pelas Nações Unidas. Para já uma visão dos factos, com a qual as agencias humanitárias da ONU, dizem não concordar.

O ministro sudanes, Yousif Abed Allah, reconhece que a situação em Darfur não é das melhores, mas defende, entretanto que está bem melhor do que antes.

Este governante sudanes cita a titulo de exemplo a baixa registada ao nível da mortalidade infantil, que segundo ele está bem mais abaixo dos níveis de emergência estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde.

‘Isso é um grande sucesso. Os níveis de subnutrição permanecem um pouco abaixo do normal. Em alguns casos, os níveis de subnutrição são bem maiores noutras regiões do Sudão se comparado a Darfur. E mais, o acesso das populações confinadas nos campos a água potável, atinge a fasquia dos 70 por cento em certas áreas 65 por cento, o que corresponde ao nível normal na própria capital sudanesa Cartum’.

Aquele governante sudanes defende ainda que a situação mantêm-se calma e pacifica na maior parte das 23 províncias da região de Darfur e que as pessoas estão a levar a vida com normalidade. Yousif Allah reconhece por outro lado que o norte de Darfur é a área mais afectada pelo conflito e consequentemente pela crise humanitária.

Relativamente à aceitação por Cartum da presença de uma missão de capacetes azuis da ONU, em substituição da actual força da União Africana no terreno, o ministro da cultura do Sudão, Yousif Abed Allah, voltou a reiterar a posição das autoridades sudanesas, ou seja, a da presença de uma tal força para alem de desnecessária ser inaceitável.

Para este governante sudanes as actuais forças da União Africana tem estado a fazer um bom trabalho no que tange à segurança, pelo que devem permanecer na região.

‘Nós sentimos que a União Africana está a comportar-se bem e que vai continuar a agir bem. O único problema são os recursos. E acreditamos que os recursos que podem ser atribuídos aos capacetes azuis da ONU deveriam ser destinados às tropas da União Africana no terreno, para que levem a cabo a sua missão’.

O Programa Alimentar Mundial, PAM e o Fundo das Nações Unidas para as Crianças, UNICEF tem estado a prestar assistência humanitária a mais de dois milhões de deslocados do conflito de Darfur.

Estas duas agencias da ONU, concordam que algumas melhorias foram conseguidas, sobretudo nos últimos dois anos, a nível da nutrição básica dos deslocados e refugiados do conflito .

Mas o porta voz do PAM, Simon Pluess diz que ser extremamente difícil o trabalho das equipas humanitárias em Darfur.

‘Existem pessoas que não estão de momento a ser assistidas com alimentos, ha cerca de três meses. Portanto, pode imaginar que tipo de impacto tem isso na situação nutricional dessas pessoas. A situação humanitária no terreno está longe de ser boa’.

A mesma opinião tem o porta voz da Comissão dos Direitos Humanos da ONU, Jose Diaz que revela que os relatórios daquele órgão da ONU, mostram que a realidade em Darfur, pelo contrário tem estado a piorar.

‘Numa situação onde temos mais de dois milhões de deslocados, onde se continua a assistir ataques contra civis, onde as mulheres são raptadas e violadas, onde existe um clima de impunidade geral face a essas violações dos direitos humanos, penso que estamos aqui a falar de uma realidade com tendência para a degradação’

Quem também não se deixa embalar pela leitura que as autoridades sudanesas, tem da situação humanitária em Darfur é o presidente americano, George W Bush que apelou mais uma vez a comunidade internacional a pressionar Cartum, por forma a que ponha fim à violência naquela volátil região sudanesa.

De acordo com o presidente George Bush, é chegado o momento do mundo se unir em redor dessa necessidade de pressionar o governo sudanes no sentido de porem fim ao sofrimento em Darfur.

‘Os Estados Unidos vão trabalhar com a comunidade internacional na elaboração de um plano para se fazer face a situação e para se salvar vidas’.

Ainda segundo o presidente americano, o plano em questão deverá incluir o envio de uma força internacional sob a égide da ONU, segundo ele, uma força capaz de por fim ao derramamento de sangue em Darfur.

‘Um dos elementos do plano é algo que tenho vindo a apoiar de forma enérgica. E tem a haver com a necessidade em se ter uma força internacional credível e efectiva que vá a Darfur para salvar vidas, que deixe claro que a comunidade internacional respeita a vida humana e que o mundo vai trabalhar para salvar vidas humanas’.

O presidente americano George W Bush proferiu estas declarações depois na sequência da apresentação de um relatório do enviado especial de Washington ao Sudão, Andrew Natsios que durante dez dias visitou aquela gigantesco pais africano.

Recorde-se que o conflito na região sudanesa de Darfur teve inicio em 2003 com um levantamento das forças rebeldes que acusavam na altura Cartum de ter negligenciado o desenvolvimento da região. Na sequência dos confrontos estima-se que mais de 200 mil pessoas tenham morrido e que dois milhões de sudaneses vivam actualmente em campos de deslocados internos.

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