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PAM Sem Dinheiro Para Ajudar a África Austral


A Agência da ONU para a Alimentação anunciou que está sem dinheiro para manter os seus programas em sete países da África Austral. O PAM adianta que as carências estão a afectar mais de quatro milhões de pessoas daquela região do continente africano, onde a fome se tornou num problema crónico e complexo.

O PAM afirma que tem um déficit de 60 milhões de dólares pelo que foi forçada a reduzir os número de pessoas que está a beneficiar de vários programas alimentares em toda a região.

São sete as nações que estão a ser afectadas: Moçambique, Lesotho, Malawi, Namíbia, Suazilândia, Zâmbia e Zimbabwe.

Patricia Lucas é a porta-voz do PAM, em Joanesburgo, na África do Sul. Diz ela que a falta de contributos por parte de países doadores se reflecte o facto da fome na África Austral não ser uma emergência como é o caso de Darfur, mas trata-se de uma situação complexa com implicações a longo prazo: “A verdadeira crise na região e naqueles sete países em que estamos a trabalhar é o HIV-SIDA combinado com uma enorme pobreza”.

O PAM afirma que a elevada prevalência da SIDA (uma das maiores em todo o mundo) tem tido um impacto directo na segurança alimentar. Aquela agência da ONU afirma que mais de seis milhões de pessoas estarão infectadas com o vírus da SIDA. E peritos em questões de saúde calculam que a África Austral já perdeu sete ou oito milhões de agricultores que morreram infectados com a SIDA.

Adicionalmente a esta pandemia, diz que muitas pessoas vivem em zonas remotas e empobrecidas da África Austral, em resultado de secas sucessivas, muito embora a colheita deste ano tenha sido particularmente boa, no geral: “Muitos deles venderam tudo o que tinham nos últimos anos apenas para se manterem vivos devidos às más colheitas dos últimos quatro anos. Ouvimos falar de escassez de chuvas na região, durante os últimos dois anos. Isso mudou no que toca à colheita deste ano e isso explica a boa colheita. Mas, isso não quer dizer que pessoas com HIV e SIDA e tuberculose tenham necessariamente acesso a comida. Estes não têm tido acesso a essa comida. Não têm sido capazes de trabalhar a terra. E muitos dos que estamos a apoiar são órfãos de família que morreram de SIDA e de tuberculose.”

O PAM adverte que muita gente na África Austral necessita de ajuda humanitária até ao ano 2007, quando for tempo de uma nova colheita. E se o PAM não conseguir superar as sua carências orçamentais, dezenas de milhar de pessoas a na África Austral continuarão a confrontar-se com a doença e a pobreza, uma combinação que tem tornado impossível que se tenham conseguido alimentar-se até agora por si sós.
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