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A Explosão Na Coreia do Norte Gerou Uma Pequena Onda Sísmica Na Região


A reivindicação pela Coreia do Norte de ter efectuado um teste de um engenho nuclear levantou receios de que os países vizinhos não nucleares se vejam compelidos a desenvolver as suas próprias armas, um cenário que, no entanto é considerado pouco provável.

Embora a explosão na Coreia do Norte tenha gerado uma pequena onda sísmica na região, o tremor geo político poderá ser enorme.

Um porta voz do ministério dos negócios estrangeiros japonês, reconheceu a existência no Japão de um certo sentimento de que o pais deva desenvolver as suas armas nucleares.

'Existem alguns políticos, analistas políticos e de opinião, no Japão que sustentam que no caso da Coreia do Norte se tornar nuclear, o Japão deve pensar na sua estratégia futura.'

Tal especulação tem sido tabu no Japão, a única nação que foi alvo de um bombardeamento nuclear. Mas, a barragem de testes com mísseis de Julho passado trouxe a superfície algo que outrora era falado apenas em privado.

O anuncio por Pyongyamg de ter feito explodir um engenho nuclear devera tornar mais comum um tal argumento.

Yoshinori SUEMATSU, um parlamentar do Partido Democrático na oposição, é um dos principais promotores da não proliferação nuclear japonesa.

Afirma recear que a atitude no Japão irá começar a virar no sentido da aquisição de armas nucleares.

'Anteriormente não existia o argumento de que o Japão deveria possuir armas nucleares. Mas um teste nuclear pela Coreia do Norte vai acelerar tal atitude.'

No entanto, o porta voz do ministério dos negócios estrangeiros, reflectindo a opinião de muitos outros, indicou que será pouco provável um Japão nuclear. O acelerar da cooperação sobre armas convencionais entre o Japão e os Estados Unidos tem estado em curso há já algum tempo. Ainda que o Japão possa desempenhar um maior papel regional, tal não significa que tente transformar-se numa potência nuclear.

'Os laços de segurança entre Tóquio e Washington nunca se deterioraram – pelo contrario tem melhorado. O Japão está disposto a suportar algumas das tarefas de fornecer, com os Estados Unidos, segurança a região, de uma forma tradicional.'

O Japão, a Coreia do Sul e a Formosa possuem todos tecnologia nuclear civil avançada, o que lhes permitiria uma vantagem se decidissem fabricar armas nucleares. Os três, no entanto, iriam enfrentar enorme oposição tanto por parte de Washington e de Pequim, se avançassem nessa direcção.

As três nações têm estado cobertas pelo denominado guarda chuva nuclear dos Estados Unidos, o que tem funcionado durante décadas como dissuasão de instabilidade na região.

A Coreia do Sul e a Formosa encararam no passado, a opção nuclear. Seul cedeu a pressão de Washington nos anos 70 e 80 em por termo aos programas secretos de armas nucleares, e prometeu não adquirir tal armamento. A Formosa terminou bruscamente um programa secreto de desenvolvimento de uma arma nuclear que realizou durante décadas.

Enquanto o mundo aguarda o efeito regional da explosão norte coreana, continua sem ser claro que efeito terá no seio da própria Coreia do Norte.

Alguns analistas acreditam que líder norte coreano, e sector militar esperam que o teste nuclear leve o mundo a ter um novo índice de respeito por Pyongyang.

A reacção imediata parece que venha a ser um maior isolamento do país, e sanções mais fortes por parte do Ocidente, o Japão e a Coreia do Sul. Ate mesmo os amigos de longa data de Pyongyang em Moscovo e Pequim devem afastar-se do regime. Pouco depois da explosão ter sido anunciada o ministério dos estrangeiros chinês indicava que Pequim rejeitava com determinação qualquer teste nuclear norte coreano, e esperava que Pyongyang voltasse às conversações de desarmamento.

T W Kang, um consultor de uma empresa japonesa que visitou recentemente a Coreia do Norte numa viagem de negócios, manifestou preocupação de que a estratégia nuclear do líder norte coreano venha a sair contraproducente, provocando instabilidade regional.

'Se tiver feito isto e não obtiver o efeito que desejava, poderá registar-se conflito no sector militar e dentro do partido. Tudo é possível. Se existia um argumento nas vias diplomáticas para resolver a questão, era o de que se desejava manter uma certa parecença de estabilidade do regime.'

Antes dos testes de mísseis norte coreanos e as ameaças de um teste nuclear, a China e a Coreia do Sul – e em menor escala, o Japão – tinham adoptado uma atitude cautelosa para com Pyongyang.

Kang afirma que receiam as consequências económicas e sociais do colapso súbito do estado estalinista, com os seus 23 milhões de uma população empobrecida.

Os analistas calculam que um tal colapso poderá custar centenas de milhares de milhões de dólares a região, com a Coreia do Sul a ter de suportar a maior parte dos custos, mas com a China, o Japão e os Estados Unidos a serem todos forçados a desempenhar papeis importantes no restaurar da ordem na Coreia do Norte.

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