Links de Acesso

EUA Oferecem a São Tomé Ultra-Sofisticado Sistema de Radar


As Forças Armadas americanas ofereceram a S. Tomé e Príncipe um sistema de radar, no valor de 18 milhões de dólares, para controlar a actividade nas suas águas territoriais e naquela região oceânica. Os militares americanos esperam que a decisão inspire outros países daquela zona a aceitar ou a desenvolver capacidades idênticas por forma a melhorar a segurança regional.

De acordo com o correspondente da VOA no Pentágono, o sistema agora oferecido é constituído por uma rede de radares, de antenas de rádio e de binóculos infravermelhos de alta potência destinados a detectar actividades não autorizadas no mar. A maior parte da actividade dos EUA em África envolve o treino de exércitos e da marinha locais para melhor controlo do seu próprio território.

Oficiais do exército americano afirmam que o objectivo é garantir o que designam por “espaços não governados” se transformem em santuários para terroristas.

O conselheiro científico para o Comando Europeu da Marinha de Guerra Americana, John Middleman, afirma que os oceanos são os maiores “espaços não governados” do mundo e que os EUA querem que os países costeiros de África alarguem a sua capacidade em governar essa parte do seu espaço territorial:“Ao criar capacidade em muitos países de recolherem informação, que lhes dê um maior conhecimento do seu domínio marítimo e depois partilhá-lo, esperamos assim melhorar no geral a segurança marítima, o bem estar económico e a protecção do meio ambiente daquela zona”.

Middleman afirma que o novo sistema fornecido a S. Tomé e Príncipe vai levar dois anos a instalar e adiantou que instrutores americanos irão permanecer naquele país um ano depois do projecto estar completado para se assegurarem de que civis ou militares estejam absolutamente capacitados a operar aquele equipamento. E adianta que a maior parte dos elementos que irão montar o sistema serão civis, o mesmo acontecendo em relação aos instrutores. E quando o projecto estiver terminado, será transferido na sua totalidade para as mãos do governo de São Tomé.

O referido sistema inclui uma componente de radar marítimo que pode fornecer informações sobre navios num raio de vinte e cinco quilómetros e enormes antenas têm capacidade para detectar sinais transmitidos por navios que se encontrem a uma distância de 150 quilómetros. Binóculos de altamente poderosos, com sensores infravermelhos permitem recolher mais informações de zonas circundantes da costa.

O objectivo é detectar embarcações envolvidas em actividades ilegais, tais como terrorismo, tráfego de pessoas ou bens, pesca ilegal e despejo de lixo ou de poluentes.

O conselheiro científico da Marinha americana, John Middleman, nota que, a maioria dos países africanos na África Ocidental têm zonas costeiras reduzidas, uma embarcação envolvida em actividades ilegais pode atravessar as águas territoriais de vários países num curto espaço de tempo. Diz ele que é por isso que os EUA gostariam de fornecer sistemas idênticos a outros países da região ou que esses países desenvolvessem os seu próprios sistemas. Middleman adianta que as autoridades americanas desejam também que esses países partilhem as informações recolhidas para uma visão regional, mas adianta que a partilha de dados não é obrigatória: “Esperamos demonstrar o poder da partilha da informação regional, mas não existe a obrigação por parte de nenhum país de partilhar essa informação, se não quiser fazê-lo.”

O acordo que fornece o sistema de radares a São Tomé e Príncipe surge numa altura em que os militares americanos estão a considerar estabelecer um comando separado para controlar as operações em África, comandos que estão agora divididos entre três comandos regionais. Destacados elementos do Pentágono estão a ultimar o plano que será apresentado ao Secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, até ao fim deste mês.

Depois de reuniões em Washington, no fim de Setembro, o presidente de São Tomé e Príncipe, Fradique de Menezes, foi citado pela agência de notícias Sapa que os EUA poderiam instalar no seu país o futuro Comando Militar Africano.

Mas, fontes do Pentágono não podem confirmar essa informação, afirmando ser prematuro especular sobre a localização do futuro possível comando, antes deste ter sido proposto. E, a propósito, afirmam que de todos os comandos regionais existentes apenas um não está sediado nos EUA.

XS
SM
MD
LG