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Generais Criticam Rumsfeld e Pedem a sua Demissão


Dois generais e um coronel reformados do exército americano criticaram a forma como o Secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, está a conduzir a guerra no Iraque e pediram a sua demissão.

Aqueles militares na reforma, que serviram no Iraque, acusaram o chefe do Pentágono de conduzir mal a guerra por não ter enviado o número de tropas necessário para cumprir aquela missão, por não ter fornecido aos soldados o melhor equipamento e por não ter sido totalmente honesto com o povo americano acerca da situação no Iraque.

Os três oficiais fizeram estas declarações perante uma sessão no Senado dos EUA, patrocinada pelo Partido Democrático, na oposição. Um congressista republicano, Walter Jones, representante da Carolina do Norte, onde está localizada uma base dos “marines” também participou naquele painel que debateu a guerra no Iraque.

O general reformado John Batiste disse que Rumsfeld não disse ao povo americano a verdade com medo de perder o seu apoio para a guerra no Iraque. E adiantou que, em determinada altura, Rumsfeld ameaçou demitir quem quer que fosse que falasse acerca da necessidade de haver um plano para o post-guerra. Disse o genral Batiste:“Ele recusou-se a reconhecer e ignorou mesmo o potencial para uma insurreição, o que era uma inevitabilidade. Ao fim e ao cabo, o seu plano permitiu que a insurreição ganhasse raiz e se multiplicasse ao ponto do que se encontra hoje em dia”.

Batiste disse que a guerra no Iraque tornou a América menos segura agora do que estava no dia em que os terroristas atacaram os EUA, no dia 11 de Setembro de 2001.

Outro general na reforma, Paul Eaton, responsabilizou Rumsfeld por ter enviado para o Iraque um número insuficiente de tropas para cumprirem a sua missão: “ Estamos a combater uma insurreição, uma guerra de baixa tecnologia que exige um maior número de forças terrestres e não menos tropas. Rumsfeld não reconhece o facto e falhou por não se ter adaptado à actual situação. E tentou continuar a fazer esta guerra da forma mais barata possível”.

O coronel reformado Paul Hammes disse que a Administração Bush não forneceu às tropas americanas o seu melhor equipamento para fazer esta guerra.

Todos estes três militares pediram a demissão de Rumsfeld do cargo, exigência que o Secretário da Defesa afirma não estar a considerar.

Este debate no Senado dos EUA, organizado pelos democratas, antecede a campanha para as eleições intercalares de 7 de Novembro próximo. Os democratas estão a tentar capitalizar a insatisfação do povo americano relativamente à forma como a administração Bush está a conduzir a guerra no Iraque.

No domingo, os jornais “New York Times” e “Washington Post” revelavam um relatório elaborado por dezasseis serviços secretos americanos concluindo que a guerra no Iraque se transformou um instrumento de recrutamento para os militantes islâmicos radicais, aumentando assim a ameaça global do terrorismo.

Falando perante o hemiciclo, o senador Ted Kennedy disse que o director nacional dos serviços secretos americanos, John Negroponte, deveria ser chamado a depôr perante o Senado sobre aspectos daquele relatório.

“O povo americano merece saber se o presidente e o vice-presidente estarão intencionalmente a enganar-nos acerca da nossa segurança, ou se estarão simplesmente a ignorar os serviços secretos”, disse Ted Kennedy.

Num comunicado, Negroponte disse que o que veio a público nos jornais é apenas uma pequena parte do está contido no relatório. E acrescentou que, muito embora, muito tenha ainda que ser feito na guerra contra o terrorismo, os EUA fizeram progressos contra o que designou pela ameaça jihadista global.

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