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Rafael Marques Distinguido nos EUA


O jornalista e activista Rafael Marques foi galardoado com o prémio de Coragem Cívica instituído da Northcote Parkinson Fund.

Estabelecido na Inglaterra ,onde estuda Antropologia na universidade de Londres, Rafael Marques continua a executar uma cruzada inspirada na necessidade do exercício de uma gestão transparente em Angola.

Este seu compromisso resultou no reconhecimento da Northcote Parkinson Fund uma fundação que apoia programas tendentes à liberalização económica e democracia. Rafael Marques de Morais de Morais, de seu nome completo receberá o prémio no dia 18 de Outubro em Nova Iorque. Além do diploma este jornalista de 35 anos de idade receberá também um prémio pecuniário de 50 mil dólares.

Autor de vários relatórios, o último dos quais publicado este ano e intitulado “Diamantes, Humilhação e Miséria”, Rafael Marques esteve detido em 1994 durante 40 dias sem culpa formada num processo levado ao Comité das Nações Unidas para os direitos Humanos pela Iniciativa para Justiça da fundação Open Society, instituição para a qual veio a trabalhar mais tarde.

Ann Sloane curadora daquela fundação disse a Voz da América que estes episódios, e sobretudo uma campanha contra a corrupção, consubstanciada em cinco extensivos relatórios valeram-lhe o reconhecimento da Northcote Parkinson Fund.

Ele foi distinguido pelo sem continuo compromisso na luta contra a corrupção e pela visão que mostrou em relação à necessidade se estabelecer uma democracia em Angola. Os curadores ficaram muito impressionados com a coragem e perseverança com que procura levantar questões como democracia e liberdade em Angola. Sofreu ameaças de prisão por parte do governo que acabou mesmo por prendê-lo. Apesar disso continuou a defender a necessidade de se eliminar a corrupção e de se consolidar a democracia e liberdade em Angola num país.

Entrevistado pela Voz da América Rafael Marques resumiu a história da distinção que recebe ao exercício de cidadania.

“Primeiro devo dizer que é uma grande surpresa para mim ter sido galardoado com o Civic Courage Prize . Encoraja o meu trabalha e reconhece o que tenho feito a nível dos direitos humanos e cívicos. É um trabalho penoso, difícil, que tem a ver com o exercício da cidadania em Angola. Fico contente por ganhar um prémio por ter tentado ser cidadão angolano.

Rafael Marques rejeita a sugestão de que o trabalho que faz hoje tenha mais ressonância no estrangeiro, do que em Angola.

“É uma ma percepção . Há dias publiquei o relatório sobre direitos humanos na Lundas que tem tido muito impacto no país, sobretudo nas Lundas. Há semana e meia tive um encontro com o procurador-geral para abordar medidas que devem ser tomadas no sentido de se garantir o respeito pela pessoa humana nessas áreas. Recebi do próprio procurador geral a confirmação de que ele visitará a área para constatar in-loco o que se passa lá. Isto tem impacto a nível local sendo até um trabalho que merece a atenção das próprias autoridades”.

Rafael Marques foi distinguido em 2000 com o prémio Percy Qoboza da Associação dos Jornalistas Negros norte-americanos. O parlamento europeu atribuiu-lhe no mesmo ano o passaporte para liberdade, um título simbólico atribuído a personalidades que tenham ficado com os seus movimentos limitados.

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