O primeiro-Ministro da Costa do Marfim, Konan Banny, dissolveu o governo de transição do país devido ao escândalo sobre o despejo de lixo tóxico em Abidjan. O primeiro-ministro deve reunir-se com o presidente Laurent Gbagbo, esta quinta-feira, para debater a formação de um novo governo.
As notícias da dissolução do governo da Costa do Marfim, que tinha apenas nove meses de existência, foi anunciada pelo primeiro-ministro Charles Konan Banny, na sequência de uma reunião especial do gabinete convocada para a capital do país, Yamoussoukro, na quarta-feira.
Konan Banny disse ao presidente Laurent Gbagbo que a situação é grave, razão pela qual entregou o pedido de demissão do seu governo.
A dissolução do governo seguiu-se à leitura de um comunicado emitido pelo gabinete acerca da actual crise de saúde que está a afectar, há vários dias, a principal cidade da Costa do Marfim, Abidjan.
Naquele documento, o governo afirma que, até á data, pelos menos 1500 pessoas foram socorridas depois de terem revelado sintomas relacionados com o despejo de lixo tóxico em várias lixeiras de Abidjan. Confirma-se que três pessoas morreram em resultado da doença que contraíram.
O governo costa-marfinense prometeu pagar os custos às pessoas que necessitarem de tratamento. Uma comissão especial está, neste momento, a investigar a questão. Até agora foram já presas três pessoas.
O presidente Gbagbo aceitou a demissão do governo,mas disse que esta crise é diferente da falhada tentativa de golpe de finais de 2002, que degenerou numa guerra civil.
Disse o presidente costa-marfinense que esta doença é um mal a que o povo não está habituado. “Temos vivido todo o tipo de problemas na Costa do Marfim, disse o presidente, mas nunca tivemos um problema com lixo tóxico em Abidjan”.
O primeiro-ministro, por seu lado, afirma que irá manter-se, por agora, no cargo devendo formar um novo governo.