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Energia Nuclear:Japoneses Alimentam "Mercado Negro"


Uma Investigação no Japão revelou detalhes sobre a exportação, por companhias locais, de equipamento usado no fabrico de armas nucleares. Os investigadores encontraram provas do uso de tecnologia nuclear japonesa em programas nucleares da Líbia, Irão e Coreia do Norte.

Fabricantes e companhias de exportação no Japão vêm sendo acusadas há muito tempo de fazerem parte do "mercado negro" de tecnologia nuclear.

O mais recente caso envolve operações realizadas nas duas últimas décadas pela "Mitsutoio", uma empresa que produz equipamento de precisão, e a "Seian", uma companhia iraniana.

A ”Mitsutoio" produz sofisticado equipamento para avaliar o enriquecimento de urânio usado na produção de bombas.

A Agência Internacional de energia atómica encontrou na Líbia equipamento produzido por esta empresa.

Peritos em questões de defesa e membros do governo japonês foram citados como tendo dito que empresas locais têm exportado equipamento nuclear para Coreia do Norte, Irão e Líbia.

Entre as pessoas dispostas a levantar a questão das exportações ilegais está o tenente-general na reforma Naruhiko Ueda, actual director executivo do Conselho japonês para a Defesa.

Enquanto a maioria dos japoneses se opõe às armas nucleares, em parte porque o seu país foi atingido por duas bombas atómicas durante a segunda guerra mundial, Ueda diz que muitos outros ignoram este ponto, preferindo, ao invés exportar equipamento necessário à produção destas armas.

“Às vezes o presidente da companhia não encontra nada de errado nestas operações, é uma ciência de que eles não sabem nada, que eles não dominam, mas neste caso trata-se de equipamentos que podem ser usados na produção de armas nucleares na Coreia do Norte ou noutras partes.”

A polícia deteve cinco funcionários da “Mitsutoio”, entre os quais o presidente da companhia. Sobre eles pesa a suspeita de terem violado as leis sobre exportações. Entretanto, analistas dizem que as detenções não parecem em condições de travar as exportações na medida em que as punições são muito leves.

Uma companhia de exportações baseada em Tóquio foi multada, na semana passada, em nove mil dólares por ter exportado para a Coreia do Norte um secador que pode ser usado no fabrico de armas biológicas.

O general Ueda considerou as penalizações como leves, e até insultuosas.

“Exportações desta natureza são punidas com penas muito leves. Os infractores voltam a infringir a lei logo a seguir. É um crime, e muito mau!”

Ueda e outros analistas são de opinião que o caso da “Mitsutoio” deveria envergonhar os legisladores japoneses, pois deveriam aprovar leis que resultassem na detenção dos infractores. Para já, não há sinais de qualquer iniciativa legislativa neste sentido.

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