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O Hezbollah Divide Países Árabes


Os Ministros dos Negócios Estrangeiros da Liga Árabe reuniram-se, no domingo, na cidade do Cairo, no Egipto, para debater a iniciativa de paz que deverá ser apresentada ao Conselho de Segurança no próximo mês.

Por entre crescentes tensões entre as nações árabes moderadas e a Síria, os MNE árabes deslocaram-se ao Cairo também para preparar um pacote de ajuda para a reconstrução do Líbano. Igualmente na agenda esteve a nova iniciativa de paz israelo-palestiniana. A Liga Árabe afirma que irá apresentar um plano ao Conselho de Segurança da ONU, no próximo mês.

Os ministros não concordaram no que toca ao plano de reconstrução e, em vez disso, afirmaram que o esforço de reconstrução será debatido pelo seu conselho económico, que vai reunir-se em Setembro.

Dezoito dos 22 membros da Liga Árabe participaram na sessão de emergência de domingo. A Síria, um dos maiores apoiantes do Hezbollah, não participou na reunião.

A divisão entre a Síria e os restantes países árabes agravou-se desde a celebração do cessar-fogo no Líbano. No início da semana, o presidente Bashar Assad, da Síria, criticou alguns países árabes por terem adoptado o ponto de vista do inimigo.

As suas críticas visaram o Egipto, a Jordânia e a Arábia Saudita que, inicialmente, acusaram o Hezbollah de ter provocado os ataques de Israel, ao terem penetrado em território israelita. O presidente egípcio, Hosni Mubarak foi colocado debaixo de fogo da retórica quer interna quer externa por só ter criticado Israel tarde demais.

No sábado, Mubarak exortou as nações árabes a porem de lado as suas divergências para se unirem em torno dos esforços para promover a paz.

Apesar das tensões internas no âmbito da Liga Árabe acerca do apoio ao Hezbollah, o líder da organização, Amr Moussa, diz estar optimista de que as nações árabes estejam preparadas para pôr de lado as suas divergências e cooperem em prol da estabilidade regional: “Todos nós reconhecemos os perigos da actual situação e, apenas isso, é um facto sem precedentes. Estamos a falar com uma só voz e estamos prontos a tomar decisões sobre questões cruciais que irão determinar o futuro da paz na região”.

Analistas políticos especializados em questões do Médio Oriente dizem que os líderes árabes querem impedir os projectos de reconstrução do Hezbollah que estão em curso. Esta organização, que se encontra na lista de organizações terroristas do Departamento de Estado americano afirma ter um orçamento sem limites, sendo de crer que esse dinheiro esteja a ser oferecido pelos Irão e pela Síria.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros do Kuwait anunciou que o seu governo irá oferecer ao Líbano 800 milhões de dólares e a Arábia Saudita disse ter doado 500 milhões de dólares. Estas ajudas irão cobrir apenas uma fracção da destruição causada pelos 34 dias de guerra entre Israel e o Hezbollah.

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