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Iraque: Inquérito Interno Critica Política de Bush


O Gabinete de Fiscalização do Governo Americano, uma instituição independente de investigação controlada pelo Congresso, tornou público um relatório criticando a estratégia da Administração Bush para uma missão bem sucedida no Iraque. Entretanto, o embaixador americano no Iraque, Zailmay Khalilzad, reconheceu a existência de ”violência sectária significativa” naquele país, mas rejeitou sugestões de que o Iraque se encontre a braços com uma guerra civil.

O Gabinete de Fiscalização do Governo Americano tornou ontem público um estudo afirmando que a estratégia de Washington para estabilizar o Iraque tem em conta objectivos de segurança, políticos e económicos, mas não define adequadamente e de forma eficaz esses objectivos.

David Walker, o representante do Gabinete de Fiscalização do Governo Americano, disse perante uma sessão do Congresso que a estratégia de Bush evolve dependendo dos interesses iraquianos e internacionais: ”Não tem totalmente em conta como é que os objectivos e metas dos EUA serão integrados nos do governo iraquiano e da comunidade internacional. E, para além do mais, não detalha a antecipada contribuição do governo iraquiano para a sua segurança futura e necessidades de reconstrução”.

Entretanto, o embaixador americano no Iraque, , reconhece haver uma situação de violência naquele país, mas afirma que não a definiria esse caos como uma guerra civil: ”Existe, neste momento, um conflito sectário centrado em Bagdade. Mas, as instituições do Estado estão a aguentar-se. Os líderes das diferentes comunidades estão no governo e têm dito que querem continuar no governo.”

O número de militares americanos mortos no Iraque situa-se agora em mais de dois mil e quinhentos mortos, enquanto ataques em Bagdade e nos seus arredores continuam a resultar na morte de dezenas de elementos das forças de segurança e da população civil, incluindo pelo menos 30 vítimas na terça-feira.

Kalilzad rejeitou apelos para uma retirada imediata das tropas americanas e advertiu que uma partida precipitada do Iraque poderia desestabilizar a região: ”Temos que fazer tudo o que pudermos, enquanto povo, pensando no nosso próprio futuro, no futuro dos iraquianos e no futuro do mundo. Desempenhámos um papel neste processo ao qual poderemos levá-lo a bom porto, tendo em vista os objectivos que ditaram o nosso envolvimento”.

Disse Kalilzad que existem vários desenvolvimentos positivos que deveriam dar alimentar o optimismo dos americanos tendo um vista um Iraque mais estável. Em primeiro lugar, o embaixador americano apontou para uma maior participação dos muçulmanos sunitas no processo, constituindo cerca de 40 por cento da população iraquiana que boicotou as eleições de Janeiro de 2005. E acrescentou que alguns grupos de insurrectos têm pedido ao governo iraquiano para que lhes forneçam armas para que possam dar caça a terroristas estrangeiros

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