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Praga das Drogas Longe de Terminar


O chefe dos contra-narcóticos das Nações Unidas, António Costa, afirmou que a comunidade internacional tem contido largamente o problema das drogas em termos de oferta, procura e trafico. Mas falando uma conferencia de imprensa em Washington, Costa disse que a praga das drogas está longe de terminar.

“Quando digo”contenção mundial” isso não significa que todos os países se tenha movido na mesma direcção. Nalguns países tem melhorado. Noutros as coisas tem piorado”.

No seu relatório anual sobre as drogas no mundo, as Nações Unidas afirmam que 2005 viu um declínio de 22 por cento no cultivo da papoila opiácea, a matéria prima utilizada para produzir heroina, com grande reduções verificadas no Sudeste Asiático. O relatório nota também que o consumo de cocaína diminuiu nos Estados Unidos e no continente americano no seu todo.

Mas nem tudo é favorável. O relatório das Nações Unidas diz também que o consumo de cocaína e de anfetaminas está a aumentar na Europa, enquanto que o consumo de marijuana mantém-se elevado em muitas partes do mundo. A marijuana continua a ser a droga mais popular, sendo usado por cerca de quatro por cento da população mundial, comparado com um por cento para todas as outras drogas combinadas. A marijuana é também o produto ilegal mais interditado no mundo, com mais de 6.000 toneladas apreendidas entre 2002 e 2004, em comparação com 1.200 toneladas de folha de coca, 588 toneladas de cocaína, 209 toneladas de ópio e 60 toneladas de heroina.

Juntamente com António Costa na conferencia de imprensa estavam funcionários da administração Bush, incluindo o director da Política contra a Droga da Casa Branca, John Walters, que prestou tributo ao presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, pelas suas iniciativas anti-narcoticos.

“Nenhum pais fez mais do que a Colômbia sob a presidência de Uribe para reduzir as drogas e o terror. Uribe tem sido agressivo e as consequências tem sido a extensão do primado da lei, o crescimento económico e a capacidade do pais de se soltar do trafico e do terror das drogas como nunca antes”, afirmou Walters.

Mas como que moderando essa conclusão, a secretaria de Estado assistente para os Narcóticos, Anne Patterson, notou que o cultivo da folha de coca parece estar a aumentar na região dos Andes, incluindo o Peru e a Bolívia. A Colômbia recebeu nos últimos anos cerca de quatro mil milhões de dólares dos Estados Unidos em ajudas, muitas das quais dedicadas a esforços para conter os narcóticos. Patterson afirmou que os dados do cultivo da folha de coca na região andina apontam para a necessidade de um continuo empenhamento e cooperação dos Estados Unidos com a região no combate as drogas.

Referindo-se a papoila opiácea, o director para a política contra as drogas da Casa Branca afirmou que o Afeganistão está a começar a regredir um recente aumento do cultivo.

“Temos tido uma parceria notável com o presidente Hamid Karzai e a população do Afeganistão. Em Abril visitei a província de Nangahar onde, entre 2004 e 2005, foi reduzida produção da papoila em 90 por cento. A população do Afeganistão quer o primado da lei. Querem uma oportunidade económica. Não querem tornar-se produtores dos barões do ópio, senhores das drogas e de terroristas”.

António Costa afirmou que o combate às drogas não e apenas uma questão de reprimir a sua produção e o seu trafico. Disse que os países estão a focar as atenções na procura de narcóticos e apelou aos governos para alargarem os programas de prevenção e de tratamento.

De um modo geral, Costa disse que cinco por cento da população mundial consome drogas. Afirmou que os números precisam de ser reduzidos mas acrescentou que, por agora, as boas noticias são de que 95 por cento da população mundial são livres das drogas.

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