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Nova Vacina Para Evitar o Cancro Cervical


Acaba de ser aprovada pela agência de medicamentos dos Estados Unidos uma nova vacina destinada a proteger milhões de mulheres do cancro cervical. A vacina chama-se Gardasil e está a ser recebida como um importantíssimo avanço médico.

O vírus papiloma humano, também conhecido pela sigla HPV, está entre os vírus mais vulgares que são transmitidos sexualmente, afectando tipicamente raparigas na casa dos 20 anos. A infecção, todavia, não causa problema a 70 a 90 por cento das mulheres que contraem o vírus HPV.

Mas, para aquelas que a infecção causa problemas, as mudanças celulares na cervix ou na entrada do útero, podem provocar cancro. A doença é a segunda principal causa de morte por cancro entre as mulheres, em todo o mundo, representando mais de 300 mil mortes por ano.

A nova vacina HPV visa manter a infecção sob controlo.

Nos testes clínicos, a vacina mostrou 100% de eficácia em proteger as mulheres infectadas com o HPV de desenvolverem cancro. A vacina já foi aprovada pela agência dos medicamentos americana e será comercializada com o nome de Gardasil, pela empresa farmacêutica Merck.

Diane Harper, do Grupo Ginecológico de Prevenção do Cancro, da Universidade de Dartmouth, em New Hampshire, chefiou os testes clínicos da vacina.

Harper diz que a vacina tem como alvo dois dos tipos mais destrutivos do vírus do cancro cervical, o HPV16 e o HPV18, e parece também proteger as mulheres de duas outras estirpes do vírus. Com uma única vacina destinada a duas estirpes do vírus – diz ela -- parece que conseguimos de facto proteger de quatro tipos do vírus, o que nos iria permitir proteger cerca de 80 por cento das mulheres de terem cancro cervical, talvez mesmo mais de 80%.

A agência dos medicamentos aprovou a vacina para mulheres e crianças, com idades compreendidas entre os 9 e os 26 anos.

Mas, dar a vacina a crianças de 9 anos de idade provocou alguma controvérsia nos Estados Unidos, porque alguns acreditam que nenhuma vacina que impeça uma doença sexualmente transmissível deveria estar associada à pediatria.

Richard Haupt, da divisão de medicamentos da Merck, diz que os estudos mostram que a vacina tem a sua maior eficácia quando dada às mulheres antes destas se tornarem sexualmente activas.

Outra companhia farmacêutica, a GlaxoSmthkline, está a trabalhar na sua própria vacina para o cancro da cervix, e deverá em breve submetê-la à aprovação da comissão reguladora dos medicamentos.

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