A ONU lançou um apelo de emergência para angariar perto de 19 milhões de dólares para ajudar as vítimas dos distúrbios em Timor Leste.
O responsável da ONU pela ajuda de emergência, Jan Egeland, lançou ontem um apelo para ajudar mais de 130 mil leste -timorenses desalojados pela recente vaga de violência. Egeland disse que alimentação, serviços sanitários, água e serviços de saúde estão a ser fornecidos às vítimas, mas adiantou que há mais desalojados do que inicialmente se pensava: ”Temos novas informações de que muitos mais desalojados internos se encontram fora da capital do que inicialmente pensámos. São cerca de 63 mil ou podem ser mais. Trata-se de pessoas que fugiram de Dili, mas há informações de pessoas que fugiram de zonas fora da capital.”
Egeland afirma ainda que 18,9 milhões de dólares de ajuda serão necessários para cobrir as despesas dos próximos três meses de operações de ajuda de emergência.
Segundo disse, numa conferência de imprensa, a crise de Timor Leste encerra muitas lições que devem ser tidas em conta pela comunidade internacional: ”O problema é que não somos capazes de evitar estas crises tenham lugar e certamente que os leste timorenses e a comunidade internacional têm enormes lições que aprenderam como isto. Claro que nós poderíamos ter evitado que 130 mil pessoa tivessem ficado desalojadas”.
Timor Leste obteve a sua independência há quatro anos, depois de séculos de colonização portuguesa e de quase um quarto de século de ocupação por parte da Indonésia. A ONU ajudou a administrar Timor Leste durante mais de dois anos. Uma vaga de violência eclodiu, no mês passado, quando 600 soldados foram expulsos das fileiras depois de se terem queixado de discriminação.