As Nações Unidas colocaram a Libéria no primeiro lugar de uma lista de casos que o mundo deve ter conhecimento. Quatro dos dez mais envolvem conflitos em África.
A lista divulgada na segunda feira inclui casos que na opinião das autoridades da ONU escapam a atenção dos meios de informação mundiais.
Enquanto há dois anos atras, os grupos humanitários tentavam chamar a atenção para a crise da região sudanesa de Darfur, as atenções deste ano mudaram-se para a Libéria, e os desafios que enfrenta para recuperar de anos de guerra civil.
O director do Gabinete de Informação Publica da ONU, Shashi Tharoor adianta que no passado a Libéria atraiu a atenção dos media por alegados abusos do antigo presidente Charles Taylor.
No entanto, e agora que Taylor se encontra na cadeia na Serra Leoa e existe um novo presidente em Monrovia, Tharoor sustenta que a historia dramática da recuperação da Libéria tem sido praticamente ignorada.
‘Trata-se de um pais que quando se encontrava em guerra e em conflito, chamou a atenção. Quando finalmente conseguiu a paz e a ONU não se sente muito orgulhosa do que alcançou, quando assistimos a uma eleição livre e honesta que escolheu uma dirigente forte, as atenções mudam-se e estão uma vez mais centradas numa cela na Serra Leoa, onde um homem mau, ainda não condenado, aguarda julgamento’.
A ONU tem estado a compilar esta lista desde 2004, para chamar a atenção para assuntos que de outra forma iriam ser perdidos numa multidão de casos sobre a guerra, a doença e a pobreza.
A lista do ano passado inclui a luta pouco conhecida no sentido de evitar ferimentos sofridos pelas mulheres durante o parto. Tharoor acentua que uma serie dos casos que aparecem são em resultado da lista que produz consciencialização e angariação de fundos.
‘Não digo que isto por si só resolve o problema, mas significa que algo de que não existia consciência, coloca as pessoas a falarem… e pelo menos conseguimos abrir a porta’.
Para alem da Libéria, a lista dos casos esquecidos deste ano inclui três outros conflitos em nações africanas. Entre eles o da Republica Democrática do Congo, descrito como uma nação em transição de guerra civil para a paz e a democracia; a Somália, onde um vácuo de segurança associa-se a uma forte seca; e a Costa do Marfim, considerado como estando no fio da navalha devido a receio de nova onda de violência que pode destruir a esperança numa reconciliação política.
O sudeste asiático tem dois casos na lista; a tragédia das crianças sequestradas no Nepal por rebeldes maoistas, e o rescaldo do tremor de terra que assolou, o ano passado a Índia e o Paquistão.