As autoridades angolanas reforçaram esta terça-feira o protesto contra a publicação por um perito da ONU, de um relatório sobre direitos humanos em Angola, com ênfase na à habitação, soube a Voz da América de fonte oficial.
O embaixador de Angola junto dos organismos internacionais em Genebra, Arcanjo do Nascimento apresentou o seu protesto à Alta Comissária das Nações Unidas para os direitos humanos, Louise Arbour. Este passo segue-se a uma declaração publicada à semana passada pela missão de Angola, na qual contestava o processo que resultou na publicação do relatório.
Fonte diplomática angolana atribuiu ao perito indiano responsável pelo relatório, Millon Kothari, excessos administrativos, e alguma falta de lisura.
Khotari teria imposto um prazo de 48 ao governo de Angola para responder as constatações a que chegara, ao fim do qual fez publicar o relatório.
O perito indiano contratado pela ONU, atribuía às autoridades angolanas «graves violações dos Direitos Humanos», exigindo o fim dos «persistentes despejos à força» de habitantes de diversas zonas do país.
Millon Kothari, disse que a expulsão à força em grande escala de cidadãos das suas casas «ocorre em Angola há muitos anos», mas as suas apreensões aumentaram com «os mais recentes e violentos casos na capital Luanda» e pelo facto do governo de Luanda ter «adiado» a sua visita a Angola.
Diplomatas angolanos disseram à Voz da América que a visita de Millon Kothari a Angola estava em preparação, estando a sua deslocação a depender apenas da confirmação da disponibilidade das instituições que ele queria contactar. Angola contesta também não só o facto de Khotari ter imposto um prazo de 48 ao seu governo, como o de ter feito publicar o relatório, sem que para tal tivesse sido mandatado pela Comissão dos direitos Humanos das Nações Unidas.