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Reforço Militar da China Alterou Equilíbrio Regional


Um relatório do Departamento da Defesa, publicado em Junho passado, refere que o fortalecimento do aparelho militar chinês alterou o equilíbrio militar na Ásia e poderá constituir um desafio à presença militar americana na região. No entanto, as autoridades oficiais americanas têm-se mostrado relutantes em afirmar que a China constitui uma ameaça para os Estados Unidos ou para as forças americanas na Ásia, ou mesmo uma ameaça potencial. Aquelas entidades referem que ameaça implica a existência de intenções hostis, algo que a China não demonstrou à excepção das suas duras tomadas de posição acerca de Taiwan. Salientam também que a capacidade da China em projectar o seu poderio militar para além da Ásia continua a ser limitado. Contudo, o relatório publicado em Julho refere que um dos principais objectivos chineses parece ser a projecção das suas forças navais na direcção ocidental para as principais rotas marítimas por onde passa o petróleo do Médio Oriente em direcção aos portos chineses, a ex-responsável do Departamento de Estado para os assuntos da Ásia do Sul, Teresita Schaffer, esse facto confere à índia uma posição chave: ” É imperioso que os Estados Unidos alarguem a sua rede de amizades na Ásia. Tradicionalmente temos desfrutado de muita força no leste asiático e de muita força no Médio Oriente como poucos relacionamentos a meio caminho. Chegou a altura dos Estados Unidos olharem com atenção para essa zona que essencialmente ocupada pela India.”

Schaffer refere, contudo, que equilibrar o crescimento militar da China não é a única motivação por detrás da recém-planeada melhoria nas relações militares entre os Estados Unidos e a Índia: ”Existe uma correlação entre o crescimento da China e a emergência do relacionamento entre os Estados Unidos e a Índia, mas trata-se de uma correlação complicada. Podemos dizer que o crescimento da China torna o relacionamento da América com a Índia ainda mais importante do que anteriormente. Não há, no entanto, qualquer hostilidade em relação à China inerente a essa premissa.”

O Secretário da Defesa Assistente para os assuntos de segurança internacional, Peter Rodman, afirma que a China constitui igualmente uma motivação para a Índia: ” Existe uma dimensão estratégica, política regional, e isso pode levar a Índia a procurar um maior relacionamento connosco. E acho que isso é uma coisa positiva.”

Em declarações à VOA, Rodman, afirma no entanto que o estreitamento das relações entre os Estados Unidos e a India não se destina especificamente a equilibrar o aumento das capacidades militares chinesas: ” Eu não focaria a questão num único país. Penso que a Índia se considera a ela própria como um parceiro de primeira grandeza no palco internacional , e , eu concordo com essa avaliação. Acho que o fortalecimento da Índia é algo de positivo. Há, portanto, uma convergência de interesses.”

O perito em relações indiano-americanas, Samit Gangulay afirma que a China constitui um elemento fundamental nessas relações, mas sublinhou que o tema não será muito abordado em Nova Deli durante a visita do presidente Bush. Disse Gangulay: ”Os indianos não querem falar acerca disso. Eles não querem provocar desnecessariamente os chineses num momento em que as relações bilaterais estão a ser reparadas. Acho, contudo, que Nova Deli está a ficar cada vez mais preocupada com a extensão do poderio económico e militar chinês.”

No ano passado, o Secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, visitou Pequim e as entidades militares americanas afirmam que pretendem trabalhar com os líderes chineses para fazer com que o crescimento militar chinês não constitua uma ameaça. Para esses três países trata-se, com efeito, de uma questão de equilíbrio tendo em conta também a questão adicional do Paquistão que tem disputas de há longa data com a Índia e relacionamentos no domínio da defesa com a China e os Estados Unidos. O Secretário Assistente da Defesa Peter Rodman afirma que os Estados Unidos já demonstraram que podem ter um relacionamento militar com a Índia e o Paquistão. Salienta também que será também possível a expansão das relações com a China tendo em vista uma estratégia regional focando a estabilidade , a segurança e a luta global contra o terrorismo.

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