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Visita de Bush à Índia Reforça Cooperação Militar


A visita que o presidente GW Bush inicia hoje à Índia chama a atenção para o acordo nuclear bilateral que ainda está a ser negociado. Bush afirma que irá procurar debater uma vasata gama de temas económicos e políticos no decorrer desta deslocação. Mas, observadores político são de opinião que a relativamente nova, mas crescente cooperação militar entre a Índia e os EUA será também um dos temas importantes desta deslocação, incluindo a potencial venda à India de aviões de caça a jacto de fabrico americano.

Foi há apenas 15 anos atrás que, por apenas três votos, o Congresso dos EUA não cortou a ajuda à Índia devido ao programa de fabrico de armas nucleares daquele país. Hoje em dia, tanto o Senado como a Câmara dos Representantes têm grupos de congressistas que estão empenhados em promover as relações entre os EUA e a Índia.

E esta é apenas uma indicação de como, nos últimos anos, mudaram as relações bilaterais. Esta é a opinião do Secretário da Defesa Assistente para a Segurança, Peter Rodman: ”Nós vemos a Índia como um parceiro estratégico no Século XXI”

Rodman disse ainda que a política americana de punir a Índia pelo seu programa nuclear não estava a produzir resultados e os ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001 chamaram a atenção para uma gama de interesses comuns entre os EUA e a Índia, incluindo a segurança regional e a guerra contra o terrorismo.

”O ambiente estratégico da nova era está a aproximar-nos e esta viagem do presidente à Índia é uma forma de iniciar uma nova fase”, adiantou Rodman.

A nova fase inclui relações de defesa e militares, incluindo exercícios conjuntos em quartéis indianos na selva próximo da fronteira com a Birmânia e a alta altitude no Caxemira, bem como exercícios entre as duas mais avançadas forças aéreas do mundo. Tem havido ainda vendas de equipamento militar, incluindo a compra no ano passado, por parte da Índia, de aviões de unidades de aviso e de controlo de tráfego aéreo.

No Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, Teresita Schaffer, antiga funcionária do Departamento de Estado para as Questões Sul Asiáticas, afirma que as mudanças nas relações de defesa entre a Índia e os EUA, muito embora drásticas, são também lógicas: ”São determinadas, diria eu, pelo reconhecimento de que os EUA e a Índia tem interesses comuns muito importantes na paz e na estabilidade da Ásia e no Oceano Índico. E estas realidades tornam natural que as duas forças armadas se conheçam melhor e encontrem áreas de cooperação.”

Durante uma conferência de imprensa recente, o embaixador da Índia nos EUA, Ronen Sen, expressou um ponto de vista semelhante: ” Nós não prevemos qualquer situação em que haverá um confronto de interesses nacionais entre a Índia e os EUA. Podermos ter até áreas em que concordamos com os objectivos, poderemos ter diferentes formas em como abordar a questão e como resolver certas questões”.

Um factor que constitui uma preocupação na expansão do relacionamento entre os EUA e a Índia no sector da defesa é o impacto no velho relacionamento entre a América e o Paquistão, um aliado chave de Washington na guerra contra o terror e país que o presidente Bush irá visitar também esta semana.

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