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Novos Ataques no Delta do Níger


Militantes da volátil região nigeriana, do Delta do Niger rica em petróleo anunciaram novos ataques, isto escassos dias depois de terem raptado um grupo de trabalhadores estrangeiros das multinacionais petrolíferas que operam na região.

A recente onda de ataques e de accoes de sabotagem levadas a cabo pelo Movimento para a Emancipação do Delta do Níger, resultou em cortes nas exportações petrolíferas da Nigéria, por sinal a maior nação produtora de petróleo da África Sub-Sahariana .

Numa declaração tornada pública, o Movimento para a Emancipação do Delta do Níger, reivindica a responsabilidade pela explosão de uma embarcação da marinha nigeriana e do ataque contra instalações petrolíferas naquele estado rico em petróleo.

Oficiais militares nigerianos e representantes da multinacional petrolífera Shell, a companhia proprietária do oleoduto sabotado, não comentaram os ataques.

Estas novas reivindicações acontecem precisamente três dias depois do rapto de nove trabalhadores da companhia petrolífera americana Wilbros por militantes pertencentes aquele grupo que opera no Estado do Delta do Níger.

O Movimento para a Emancipação do Delta do Níger, conhecido pela sigla Mend, advertiu que acções do género irão prosseguir ,isto a menos que algumas das suas exigências sejam satisfeitas, nomeadamente a libertação de dois proeminentes lideres da etnia Ijaw. Ambos os lideres encontram-se sob custodia das autoridades federais.

Recorde-se que aquele grupo manteve sob cativeiro , num passado recente, quatro outros funcionários das empresas petrolíferas que operam na região, antes de o libertar.

De acordo com o analista político-económico nigeriano, Tunde Martins, o Movimento para a Emancipação do Delta do Níger difere dos demais grupos militantes na região, pelo facto de em raras excepções não ter materializado as suas ameaças: ´´O facto de conseguirem ser capaz de cumprir com as ameaças que proferem mostra que são um grupo que tem que ser levado a serio em termos de capacidade de fazer reféns.´´

Martins salienta ainda que a decisão do governo federal de criar uma força tarefa militar para combater os militantes, para alem de ter dado resultados esporádicos, tende ainda a agravar mais a situação.

´´Penso que o governo deve repensar a situação – disse Martins -- porque, caso as autoridades nigerianas tenham que reagir militarmente as ameaças desses fazedores de reféns, a situação poderá despoletar um banho de sangue´´

Os últimos reféns foram libertados aparentemente em troca de valores monetários não especificados.

Mas, os mais recentes acontecimentos violentos, provocaram a redução da produção petrolífera nigeriana, por sinal na lista dos dez maiores produtores de petróleo do mundo, na ordem dos 20 por cento. O preço do barril do petróleo nos mercados mundiais subiu um dólar e meio por barril.

O Delta do Niger foi desde sempre um foco de violência de natureza étnica e grupos armados têm vindo a exigir uma mais equilibrada distribuição das receitas petrolíferas da região, para além de compensações por parte das multinacionais pelos estragos ambientais causados.

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