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Annan Apoia Encerramento de Guantanamo


O secretário geral das Nações Unidas, Koffi Annan apoiou o apelo do painel de investigadores da ONU, no sentido do encerramento do campo de detenção de suspeitos terroristas na base americana de Guantanamo no extremo de Cuba.

Annan disse, na quinta-feira não concordar necessariamente com todas as conclusões a que chegou a equipa de investigadores, mas garantiu que apoia a sua principal exigência, ou seja, o encerramento daquele centro de detenção.

Tornado público ontem, o relatório de especialistas dos direitos humanos da ONU, denuncia as precárias condições de detenção dos suspeitos terroristas em Guantanamo, que de acordo com o documento assemelha-se em certas circunstâncias, a tortura.

Em comentários a imprensa, Koffi Annan relembrou que os prisioneiros têm direito a certas condições na detenção.

Disse Annan : ´´O aspecto básico e o de que nao podemos deter ninguém perpetuamente... Terá que haver acusação e culpa formada e eles terão que ter a oportunidade de se defenderem, de serem acusados ou ilibados. Penso que e algo comum em todos os sistemas de justiça e acho que mais cedo ou mais tarde, o centro de detenção de Guantanamo terá que ser encerrado e dependerá das autoridades americanas o seu encerramento´´.

Mas, o secretário geral da ONU procurou, por outro lado, distanciar-se do conteúdo do relatório, alegando que o mesmo não constitui um documento oficial das Nações Unidas.

Annan disse, a propósito:´´ São especialistas que, a título individual, foram designados para uma investigação independente. E não se trata de um relatório do secretario geral ou da própria ONU. Devemos analisá-lo nessa perspectiva ´´.

O documento, de 54 páginas, tornado público em Genebra pela Comissão dos Direitos Humanos da ONU, apela aos Estados Unidos para o imediato encerramento do centro de detenção de suspeitos terroristas de Guatanamo e o julgamento ou libertação dos detidos.

Washington rejeitou já a maior parte das alegações, que considerou não ter sido baseado em factos reais.

O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan desmentiu o conteúdo do documento que disse ter sido concebido com base em depoimentos de advogados de defesa dos detidos.

McClellan relembrou, por outro lado, a capacidade dos detidos, a maioria membros da rede terrorista Al Kaida de falsificação e de disseminação de falsas alegações.

McClellan referiu: ´´As Nações Unidas deveriam estar a levar a cabo investigações aprofundadas por esse mundo fora e em muitos casos, foi o que fizeram quando se tratou dos Direitos Humanos. Mas, esse não foi um dos exemplos. E penso que desacredita as Nações Unidas, quando uma equipa como aquela se precipita ao preparar um relatório sobre algo a que não chegaram a ter acesso. Tudo o que fizeram foi ter em conta as alegações´´.

McClellan relembrou ainda que o Comité Internacional da Cruz Vermelha Internacional teve pleno acesso ao centro de Guantanamo, oportunidade semelhante que, segundo ele, os investigadores da ONU, não quiseram aproveitar, ao recusarem um convite feito nesse sentido pelas autoridades americanas.

Mas, um dos relatores do documento, Paul Hunt disse à VOA que o convite foi declinado, porque o mesmo não previa o acesso dos investigadores da ONU aos prisoneiros.

Ainda segundo Hunt, a visita da Cruz Vermelha Internacional teve alguns condicionalismos, nomeadamente o facto de não lhes ter sido permitido ter acesso directo aos prisioneiros.

Disse Hunt:´´A Cruz Vermelha Internacional tem um importante papel a desempenhar. O seu relatório não foi tornado público, mas não têm a obrigação de revelar publicamente o conteúdo do seu relatório´´.

Enquanto isso, o relatório Guantanamo, poderá ter sido o último documento do género a ser produzido pela Comissão dos Direitos Humanos da ONU, já que, no ano passado, o secretário geral das Nações Unidas, Koffi Annan, recomendou o fim daquela controversa comissão de 53 membros, que será, em principio, substituída por uma nova instituição vocacionada para o efeito.

Os Estados Unidos, insistem em acusar a comissão dos Direitos Humanos da ONU, de funcionar como um antro de países, ele próprios violadores dos Direitos Humanos, nomeadamente Cuba, Zimbabwe e o Sudão.

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