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A Indonésia sofreu uma série de ataques terroristas


A Indonésia, que tem a maior população do mundo, sofreu uma série de ataques terroristas nos últimos anos – na sua maioria obra da rede militante regional Jemaah Islamiyah.

As autoridades indonésias prenderam cerca de 260 militantes da Jemaah Islamiyah e levou 160 deles a tribunal pelos ataques. Cinco foram condenados a morte pelos crimes cometidos, incluindo o atentado bombista de 2002 na ilha turística de Bali. Mais de 200 pessoas morreram nesse ataque, a maioria deles turistas estrangeiros. Um segundo atentado bombista em Bali no final do ano passado matou 20 pessoas.

Ken Conboy, um perito em terrorismo na Indonésia, afirmou que embora Jacarta tenha processado judicialmente com sucesso vários militantes, muitos deles estão actualmente fora da prisão e poderão causar problemas nos próximos meses. Entre eles esta o alegado líder espiritual da Jemaah Islamiyah, Abu Bakar Bashir.

“Uma data de pessoas que foram presas depois do primeiro atentado bombista em Bali em 2002, estão agora em liberdade. Cumpriram as suas penas, uns de três anos, outros entre três a cinco anos. O emir interino da Jemaah Islamiyah, Abu Rustan, acaba de ser libertado. No final do ano, em teoria, Abu Bakar Bashir deve sair da prisão. Essas pessoas não estão arrependidas. As suas libertações vão dar animo aos seus apoiantes.”

Conboy disse que, no entanto, a morte do perito em explosivos Azahari bin Husin em Novembro ultimo, durante um confronto com a policia na parte central da ilha de Java, atingiu severamente a Jemaah Islamiyah.

Mas acrescentou haver ainda haver membros importantes a monte, vários deles no sul das Filipinas, que as autoridades precisam de os capturar antes que desencadeiem mais ataques.

“Se forem capazes de prender pessoas como Noordin Top, eu sentir-me-ia mais confortável. Ele parece ser actualmente o mais agressivo. Dulmatin e provavelmente um dos elementos mais tecnicamente competentes. Zulkarnain, um dos que possui mais senioridade, preocupa-me bastante. Esses são os elementos de quem se deve ter mais cuidado.”

Sydney Jones, uma perita em terrorismo no sudeste asiático do grupo International Crisis, disse que o problema com a Jemaah Islamiyah é a sua estrutura vaga. Parece haver diferentes grupos que colocam diferentes tipos de ameaça.

“Temos de ter em conta de que estamos na realidade a lidar com dois grupos. Estamos a lidar com a brigada suicida dirigida por Nordin Top e com um grupo formado por outras pessoas. Essa é a ameaça imediata e julgo ser necessário que a policias o apanhe Noordin o rapidamente possível, de modo a que a capacidade do seu grupo fique diminuída.”

Jones afirmou que a brigada suicida não conta com mais de 30 pessoas e opera ao acaso, sendo a organização que mais a preocupa.

“Julgo que estamos a lidar com um problema em longo prazo com o resto da organização Jemaah Islamiyah, que é muito grande, com pessoas que estão a sair da prisão agora com a determinação de reconstruir o grupo novamente. E temos de ver o que é que vai acontecer daqui a cinco anos, não amanhã.”

Durante décadas, o regime de mão de ferro do antigo presidente Suharto manteve o controlo sobre os militantes islâmicos, muitas vezes através de dura repressão. Depois da queda de Suharto em 1998, o governo indonésio tem prestado mais atenção aos direitos humanos e a desenvolver um sistema judicial mais abrangente.

Ansyaad Mbai, chefe dos serviços de contra-terrorismo do governo, disse que a Indonésia tem tentado seguir o primado da lei quando lida com terroristas suspeitos.

Ansyaad disse também ser essencial a cooperação regional na luta contra o terrorismo, porque os membros da Jemaah Islamiyah trabalham com pessoas na Malásia, Singapura e Filipinas.

O governo indonésio e peritos em terrorismo concordam que as boas noticias na guerra contra o terrorismo dizem respeito a notória diminuição de militantes fugitivos realmente perigosos.

Mas, a preocupação agora, dizem, é que cada mês que passa sem uma captura coloca a realidade de um ataque terrorista mais próximo.

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