Os eleitores palestinianos vão esta quarta-feira votar , para elegerem os novos membros do Conselho Legislativo, um acto que poderá mudar drasticamente o cenário político na Margem Ocidental do Rio Jordão e na Faixa de Gaza.
Nestas eleições parlamentares palestinianas, o grande embate acontece entre o partido Fatah do líder palestiniano, Mahmoud Abbas, e o grupo militante islâmico, Hamas, que concorre com o designação de Partido para a Reforma e Mudanças.
Apoiantes do Hamas reapareceram nos últimos meses, enquanto o Fatah se divide em tendências acentuadamente marcada por gerações distintas e a anarquia impera na Faixa de Gaza, isto desde a retirada unilateral de Israel no ano passado.
Recorde-se que o Hamas foi o vencedor das eleições para o assembleia municipal, realizadas nos territórios palestinianos em Novembro e Dezembro do ano passado. Já o partido Fatah teve por profundas divergências políticas internas, que cancelar a maior parte das eleições primarias internas para a escolha dos candidatos ao pleito eleitoral de hoje.
Entretanto, sondagens recentes mostram um Fatah de Mahmoud Abbas reconquistando terreno político.
Nadr Said e o director do programa de estudos sobre o desenvolvimento da Universidade de Bir Zeit da cidade de Ramalah, na Margem Ocidental.
Said, um conceituado analista político na região, sustenta que o Fatah poderá ter conseguido arrumar e citamos internamente a casa ainda a tempo de reaparecer em forca nas eleições parlamentares de hoje. Disse Said: ´´ O que temos visto e um cenário totalmente diferente no seio da campanha do Fatah. Temos presenciado mais unidade dentro do grupo e uma campanha eleitoral mais agressiva, tal como mostram agora as sondagens. Primeiro, conseguiram travar o avanço do Hamas e ao mesmo tempo podemos ver que nos distritos o Fatah tem estado a ganhar terreno, com inclusive a possibilidade que de vir a conquistar a maioria dos assentos em disputa nos distritos eleitorais´´.
Verdade ou não o certo e que o processo de eleição dos candidatos aos 132 assentos parlamentares, é de acordo com os observadores da situação política no Médio Oriente, um esquema tanto complicado.
Senão vejamos: cada eleitor, pode depositar dois votos nas urnas. Metade dos assentos serão decididos pelo voto directo dos eleitores, das listas nacionais apresentadas pelos partidos políticos enquanto a outra metade será decidida nas eleições em cada um dos 16 distritos eleitorais. Cada um dos partidos terá que conseguir pelo menos dois por cento dos votos para ganhar a legislatura e seis dos cinco partidos concorrentes poderão a partida atingir essa meta.
O director do Instituto para os Media Modernos da Universidade de Al Quds de Jerusalém, Douad Kutab, diz que com a proliferação de partidos políticos e candidatos, as eleições de hoje representam por assim dizer o inicio de uma nova era para os palestinianos: ´´ É uma interessante batalha, porque nunca tivemos embate do género antes. O Hamas recusou desde sempre participar nas eleições. Portanto, esta é a razão pela qual todos nos tentamos agora descortinar o que realmente aconteceu e o que os eleitores realmente pensam a propósito dos diferentes grupos e partidos políticos da Palestina e qual e a direcção que desejam ver a Palestina assumir´´.
Os eleitores palestinianos terão um período de 12 horas para votarem em mais de mil assembleias de voto.
Setecentos e vinte e oito candidatos concorrem nas listas dos vários partidos e, entre eles, 85 candidatos são mulheres e face a existência de quotas de participação das mulheres, cerca de 10 por cento dos assentos do novo Conselho Legislativo palestiniano poderão vir a ser preenchidos por mulheres.