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Johnson-Sirleaf enfrenta forte oposição


A recém empossada presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf enfrenta forte oposição no Congresso o que constituirá um desafio para a definição da agenda de reformas económicas e sociais que prometeu no dia de posse.

Enquanto decorriam os trabalhos de renovação do parlamento para a cerimónia de posse, os recém eleitos membros do congresso prestavam juramento no interior do edifício decrépito do Capitólio.

Posteriormente elegeram um aliado do exilado senhor da Guerra, Charles Taylor, para presidente da Câmara, e um antigo dirigente rebelde para presidente do Senado.

O candidato de Sirleaf para a chefia da Câmara, obteve apenas 13 votos entre os 63 possíveis – uma indicação da fraca base de poder da presidente na câmara baixa.

Ontem, segunda feira, a assembleia legislativa de transição foi dissolvida e a quinquagésima segunda legislatura reuniu para administrar o juramento da presidente.

No seu discurso, Sirleaf acolheu a presença de uma oposição forte.

‘Isto é importante pois acreditamos que a nossa cultura democrática e o nosso pais são melhor servidos quando a oposição é forte e envolvida activamente no processo de construção da nação.’

A principal formação política da câmara baixa é o Congresso para a Mudança Democrática com 15 lugares, ... mas com a câmara dividida entre onze partidos, os deputados a mudarem posição, e muitos independentes ...o partido da Unidade de Sirleaf tem apenas oito lugares.

O chefe de redacção e analista político, Philip Wesseh acredita que a situação constitui um desafio para Sirleaf, já que a Libéria possui um sistema baseado no dos Estados Unidos, com um potencialmente Congresso poderoso.

‘Vai haver pressão. Não será um parlamento seguidista como no passado, em que a presidência tinha controle absoluto sobre a legislatura. Mas aquilo que esperamos é que os presentes não vão querer ser vistos como vassalos da presidente. Iremos ter uma legislatura forte ...’

A nova legislatura integra antigos senhores da guerra, como Prince Johnson, que promoveu o brutal assassinato do antigo dirigente militar, Samuel Doe, e Adolphus Dolo, um comandante de Taylor, conhecido por 'general Manteiga de Amendoim'.

O novo presidente, Edwin Snowe, encontra-se sob proibição de viajar por parte da ONU, e tudo isto leva alguns apoiantes de Sirleaf a recear o pior, com muitos dos seus a estar presentes para proteger os seus interesses e os seus aliados corruptos e manchados pela guerra.

‘Vão estar presentes interesses pessoais. Temos pessoas que são senhores da guerra. Vão formar uma frente, uma frente comum para se defenderem. Será uma instituição interessante. Esperamos que no fim prevaleçam os interesses da Libéria.’

A antiga esposa de Taylor, Jewel Howard Taylor, integra a nova assembleia, como senadora, e neste momento parece apoiar Sirleaf.

Ela é um dos poucos apoiantes, e deverá ser muito difícil para Sirleaf alterar a seu favor os apoios, mais do que na segunda volta das presidenciais, em que derrotou a antiga estrela de futebol, George Weah, com uma vantagem de quase vinte por cento dos sufrágios.

Para já, parece ser ainda a altura para discursos de intenção, com linhas de confronto sobre nomeações, orçamento, legislação e políticas ainda a ser traçadas.

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