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131 pessoas enfrentam acusações de traição e genocídio


O grupo de 131 pessoas que enfrentam acusações de traição, genocídio e outras incluem a maioria da liderança da oposicionista Coligação para a Unidade e Democracia e cinco jornalistas que trabalham para a Voz da América. Alguns dos acusados estão fora do país e foram acusados a revelia.

O juiz do Tribunal Federal, Adil Ahmed, determinou que as acusações são muito graves para permitir que os detidos paguem uma fiança e aguardem julgamento em liberdade.

Entre outras coisas, os 131 são acusados de tentarem derrubar o governo durante manifestações realizadas em Junho e Novembro do ano passado. Os manifestantes alegaram que a Frente Democrática Revolucionaria Popular, no poder, venceu as eleições de 15 de Maio através de fraude eleitoral. Mais de 80 pessoas morreram nessas manifestações.

Beyene Petros, líder de um outro partido da oposição, as Forças Democráticas Unidas Etíopes, disse a VOA que as acusações feitas contra o grupo têm motivos políticos.

“Não sentimos que o governo tenha dados para provar que a maioria da violência em Adis Abeba e em alguns outros grandes centros urbanos foram realmente instigados ou mesmo apelados por partidos da oposição. Não penso que o partido no poder e o governo, ao usar mão pesada, possa adequadamente encontrar soluções para os grandes problemas que o país enfrenta.”

Beyene afirmou que o governo e o partido governamental etíopes devem iniciar um dialogo com membros da oposição e outros críticos, em vez de recorrer ao que denominou de políticas de “mão pesada”.

Teshome Gabre-Mariam, um dos advogados de defesa do grupo dos 131, disse a VOA que desde há cerca de três semanas não está autorizado a avistar-se com o seu cliente.

“Inicialmente, autorizações foram dadas de má vontade para entrevistar e discutir matérias com os clientes quando estavam sob custodia policial durante a fase de investigação. Logo que as acusações foram levantadas contra eles e as acusações foram lidas, os acusados foram transferidos para a prisão central, onde nos foi recusado acesso a eles, e portanto não podemos assisti-los no que diz respeito às acusações, e como melhor defende-los.”

As possíveis penalidades contra os 131 vão desde pesadas penas de cadeia até a condenação à morte.

Doadores incluindo o Banco Mundial, a União Europeia e a Grã-Bretanha indicaram recentemente que tencionam reter 375 milhões de dólares de apoio directo ao orçamento do governo etíope, para mostrar as suas preocupações sobre o caso e outros desenvolvimentos.

Numa entrevista recente, o antigo ministro da Informação da Etiópia, Bereket Simon, disse a VOA que o governo tem tolerado o que denominou de violência por apoiantes da oposição e que o caso vai ser resolvido através dos tribunais.

Simon negou que os acusados não tenham tido acesso aos seus advogados, afirmando que os advogados decidiram não representar os seus clientes após consultas.

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