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O alastramento do conflito de Darfur


Dirigentes africanos preparam-se para debater, ainda este mês, em duas cimeira, o alastramento do conflito de Darfur. As cimeiras registam-se na altura em que as conversações entre as partes em conflito, que decorrem em Abuja, na Nigéria, não apresentam sinais de êxito iminente.

Os medianeiros da União Africana esperavam que um acordo para por termo ao conflito de Darfur pudesse ter sido obtido durante o ano de 2005, mas o ano terminou sem qualquer progresso visível.

Discussões sobre o conflito decorrem num hotel situado nos arredores de Abuja, mas o numero dois dos medianeiros, Sam Ibok sustenta que embora se tenham registado avanços em alguns pontos, outros continuam congelados.

‘Na partilha de riqueza, a questão de distribuição de recursos, receitas ... em tudo isso fizemos progressos significativos. Na partilha do poder, temos tido algumas dificuldades em algumas das comissões. Numa delas ... temos estado parados há já algum tempo.’

Sobre a partilha do poder alguns rebeldes pediram que lhes fosse dada a vice-presidência do governo central. Alguns desejam que as fronteiras da província de Darfur regressem ao que eram na altura da independência da Inglaterra em 1956.

Segundo Ibok os procedimentos de segurança são aqueles que se apresentam mais problemáticos, aqueles que irão ser o êxito, ou não, das negociações. Isto, segundo a mesma fonte, fica a dever-se ao facto da situação em Darfur ser muito instável e existir muita insegurança.

Os rebeldes que sustentam estar a combater contra a marginalização dos negros, querem o desarmamento das milícias primeiro, enquanto o governo deseja que as duas partes sejam desarmadas ao mesmo tempo. E enquanto as partes dialogam os ataques aumentam.

Um negociador por parte de uma facção dos rebeldes, Moussa Abakar, sublinha que os rebeldes têm posições muito diferentes.

‘Temos de obter alguma coisa. Não sei o que poderá ser aceitável por nós, e aquilo que o governo poderá realmente oferecer, mas infelizmente o problema reside na existência de muitas facções políticas dentro do movimento que têm as suas agendas, e penso residir aqui a demora nas conversações’

A próxima cimeira da União Africana está prevista para Cartum, mas o vizinho Chade que acusa o Sudão de prestar apoio a rebeldes anti chadianos, solicitou a mudança de local. Onde quer que a cimeira decorra o alastramento da crise de Darfur estará no topo da agenda.

Uma mini cimeira irá decorrer em Tripoli para debate dos quase três anos de guerra em Darfur. Dezenas de milhar de pessoas foram mortas e milhões deslocados, causando instabilidade por toda a região.

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