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A implementação  do estagnado acordo de paz


O ministro nigeriano dos Negócios Estrangeiros, Oluyemi Adeniji, disse que o grupo internacional de trabalho ira seguir de perto a implementação do estagnado acordo de paz e o trabalho do novo primeiro-ministro Charles Konan Banny.

O grupo – conhecido pela sigla francesa GIT – ira reportar aos três actuais mediadores na crise, os presidentes da Nigéria, África do Sul e Niger.

A resolução1633 do Conselho de Segurança das Nações Unidas estabeleceu um período de transição de um ano, após o falhanço da realização de eleições em Outubro ultimo, como estava previsto.

Até agora, o grupo tem estado activo com os partidos políticos e os rebeldes, mas um dirigente da sociedade civil, Patrick Ngouan, espera que isso venha a ter um maior alcance nas próximas semanas.

“Penso que não devem ter uma posição de políticos. Devem estar acima dos políticos e levar em conta a posição da sociedade civil. Temos boas soluções para sugerir, pelo que terão de ter discussões connosco e escutar o nosso ponto de vista.”

Mabri Toikeuse – um dirigente do partido da oposição formado pelo antigo líder golpista, general Robert Guei, que foi derrotado pelo presidente Laurent Gbabgo nas eleições em 2000 e posteriormente morto nas primeiras horas da insurreição rebelde de Setembro de 2002 – concorda com as palavras de Patrick Ngouan.

“O que esperamos agora é que as Nações Unidas e a comunidade internacional tomem qualquer tipo de decisão. Não interessa o que as pessoas dizem. A coisa mais importante agora é a paz no país. Os marfinenses sofrem há três anos e já chega. Devemos agora pensar nas possibilidades para os jovens e pessoas pobres nas áreas rurais, para que possam ter a possibilidade de voltarem a ser cidadãos felizes deste país.”

Analistas da crise na Costa do Marfim afirmam que alguns políticos no sul, e rebeldes, no norte, começaram a tirar vantagens da guerra em termos económicos e que talvez sejam necessárias sanções financeiras para pressioná-los em aceitar mudanças em direcção à paz.

Mas um destacado político rebelde, Amadou Kone, disse à VOA estar preocupado com certos membros do grupo internacional e trabalho, que pensa serem oriundos de países que favorecem Gbagbo.

‘Uma boa coisa ter um grupo de trabalho internacional, mas penso que temos de nos preparar porque há grandes problemas. O primeiro é a constituição desta comissão, como sabem as Novas Forcas não querem guineenses e sul-africanos no grupo. Por isso temos muitas reservas e pensamos que o grupo terá muitas dificuldades para trabalhar.’

Outros membros são das Nações Unidas, União Africana, União Europeia, a organização internacional dos países francofonos, Banco Mundial, FMI, Franca, Estados Unidos e Grã-Bretanha, assim como de vários países africanos.

Os maiores desafios para este grupo, e o novo primeiro-ministro, incluirão a criação de uma comissão nacional de eleições, obter o desarmamento das milícias e dos rebeldes e aceitar documentação de muitos nortenhos para que eles se possam tornar cidadãos marfinenses, assim como votantes.

A próxima reunião esta agendada para terça-feira.

Funcionários próximos do presidente Gbagbo disseram que irão trabalhar com o grupo internacional, enquanto respeitar a constituição marfinense, um argumento que usaram no passado para emperrar reformas incluídas em vários acordos de paz.

Mas um grupo de trabalho internacional similar foi instrumental para levar a paz à vizinha Libéria, assim como garantindo que as eleições pós-período de transição tivessem decorrido pacificamente.

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