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A morte acidental de dois adolescentes


A morte acidental de dois adolescentes
A morte acidental de dois adolescentes

Foi a morte acidental de dois adolescentes da Mauritânia e da Tunísia que foi a origem de dias consecutivos de distúrbios em França, causados sobretudo pela juventude de ascendência africana das zonas mais desprevilegiadas das cidades francesas.

Um comentador mauritano em assuntos sociais, Salem Bokari, disse que a reacção através da região foi de ultraje não contra os jovens activistas, mas contra o governo francês:

’... todos são de opinião que a França é contra os africanos, e que não respeita os interesses, os direitos humanos dos imigrantes africanos em França. Parece-lhes ainda que o governo francês é responsável por toda esta crise de discriminação contra os africanos e da pobreza de quase todos eles...

Um outro analista social mauritano, Mamadou Tagourla, criou uma organização não-governamental afim de ajudar os jovens africanos que passam pela Mauritânia a caminho da França.

Tagourla adverte-os a todos contra a perseguição da policia, assim como o racismo em França, avisando-os ainda que devem respeitar as leis francesas afim de evitar que uma situação difícil se torne pior:

’...além do facto de muitos destes jovens terem passado por uma vida de semi-delinquentes, percebe a sua situação. Em África as perspectivas de uma boa vida são ainda mais diminutas para todos eles. Embora sejam portadores de diplomas, para muitos deles é difícil encontrarem postos de trabalho nos seus países de origem, em Africa. Diz ainda este analista mauritano que os governos africanos são, nas suas palavras, catastróficos no que diz respeito a oportunidades de empregos para sua população juvenil....’

No Consulado Francês, em Dakar, jovens senegaleses, sobraçando carteiras repletas de documentos, aguardam em bichas intermináveis a oportunidade de obterem vistos para a França. Um deles,Daniel,diz que deseja o visto para estudos em França:

’...afirma que não está chocado pelos distúrbios em França, esperando que o seu pedido de visto seja atendido...e que deseja apenas ir estudar, não provocar distúrbios em França...’

Daniel disse também que todas as sociedades discriminam, tornando-se uma questão de sobrevivência aceitar as discriminações.

Omar Dienne é o outro jovem senegalês em linha. Diz ele esperar que lhe aprovem um visto de trabalho em França:

’...Diz Omar Dienne que viu na televisão a violência e o racismo, mas que o seu desejo de ir à França é demasiado forte para desistir e que tinha sido desde há muito a sua vontade de visitar a França:

‘...diz ele esperar que todas as partes envolvidas em França...tanto os jovens amotinados, como os políticos e ministros franceses, todos hão-de, alguma vez, recuperar os sentidos na busca da reconciliação e soluções, e que as pessoas não devem continuar a ter medo umas das outras, ou divididas quanto às suas origens ou nacionalidades.

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