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O direito de assistir ao encontro


Robert Mugabe agradeceu ao director-geral da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura - FAO - por o ter convidado para a celebração do sexagésimo aniversário da criação desta agência.

O presidente zimbabueiano disse ter todo o direito de assistir ao encontro, uma vez que o seu país é membro das Nações Unidas, da FAO e de outras agências internacionais.

Os comentários de Mugabe constituíam uma reacção a declarações feitas pelo embaixador americano para as agências alimentares da ONU, Tony Hall. O embaixador Hall disse ser desencorajador e um escarnecimento dos pobres ver o presidente do Zimbabwe participar na cerimónia da FAO considerando que as suas políticas contribuíam para a fome do seu povo.

A União Europeia tem em vigor uma proibição na concessão de vistos de entrada a Mugabe, após votação de fraude eleitoral nas eleições parlamentares de 2000, e na votação que dois anos mais tarde reelegeu Mugabe. Mas Mugabe pode viajar para os países membros da União Europeia para participar em eventos patrocinados pelas Nações Unidas.

Mugabe usou o seu discurso na FAO para dizer o que pensa dos países que descreve como ”inimigos.”

‘Temos uma situação em que países como os Estados Unidos e a Grã-Bretanha assumiram que vão decidir por nós, no mundo em desenvolvimento, interferindo mesmo nos nossos assuntos internos e querem fazer o que chamam de mudança de regime.’

Mugabe acrescentou que, numa democracia, qualquer mudança política é um direito do povo desse país, e não de um país estrangeiro. O povo do Zimbabwe, frisou, tem o direito de decidir quem o vai governar.

O presidente do Zimbabwe disse, também, que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha tinham invadido, ilegalmente o Iraque e estavam a procurar mudar os governos de outros países.

“Não pode ser Bush e Blair a decidirem quem vai governar o Zimbabwe, quem vai governar África, quem vai governar na Ásia, quem vai governar na Venezuela, quem vai governar o Iraque, quem vai governar o Irão.”

O presidente zimbabueiano afirmou também que Bush e Blair se pareciam com Hitler e Mussolini, formando uma aliança não santa para atacar um país inocente.

Mugabe defendeu a reforma agrária levada a cabo pelo seu governo, que segundo ele ”corrigiu graves desequilíbrios sobre a posse da terra, institucionalizados pelo colonialismo britânico.”

Referindo o problema da fome, disse que a produção agrícola subsidiada nos países desenvolvidos tem um efeito devastador na agricultura dos países em desenvolvimento.

Mugabe disse, ainda, que a mudança climatérica na África sub-sahariana tem um grande impacto na produção agrícola e na segurança alimentar. Acrescentando que também a pandemia do HIV/SIDA era outro grande desafio à produção agrícola sustentada.

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