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As áreas devastadas pelo furacão Katrina


O presidente Bush visita amanhã, sexta-feira, as áreas devastadas pelo furacão Katrina. O porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, anunciou que o presidente vai visitar a região tanto por ar como terra e que inclui uma deslocação a cidade de Nova Orleans.

McClellan informou também que o presidente Bush pediu aos antigos presidentes Bill Clinton e George Bush (Pai) para liderarem uma campanha de angariação de fundos para ajudar as vitimas do furacão.

O porta-voz disse ainda que a principal prioridade continua a ser a busca e recolha de milhares de pessoas ainda isoladas em Nova Orleans e outras áreas duramente atingidas pelo poderoso temporal.

Entretanto, lideres mundiais apresentaram as suas condolências e ofereceram assistência as vitimas do furacão Katrina que desencadeou a sua fúria nas áreas costeiras do Estados da Louisiana, Mississipi e Alabama, no Golfo do México.

O primeiro-ministro da India, Manmohan Singh, endereçou uma carta ao presidente Bush expressando simpatia e confiança de que sob a sua liderança, o povo americano ira responder com empatia aos que precisam de ajuda.

O presidente da Coreia do Sul escreveu igualmente ao presidente Bush manifestando preocupação pelos danos e esperança por uma recuperação rápida.

Expressões de simpatia vieram também da Indonésia, que luta ainda para recuperar do maciço tsunami no principio do ano. A Nova Zelândia, Rússia e Venezuela ofereceram também assistência nos esforços de recuperação.

E a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) disse que irá trabalhar para garantir a estabilidade nos fornecimentos de petróleo ao mundo.

Entretanto, milhares de pessoas em Nova Orleans e noutras áreas do sul da Louisiana devastadas pelo furacão Katrina continuam a procura de um abrigo. Os hotéis estão completamente cheios desde Houston, no Texas, ate a parte ocidental do Estado do Alabama e muitos dos deslocados estão a apresentar-se em abrigos criados por grupos de caridade e agencias governamentais.

Autocarros pejados de refugiados de Nova Orleans chegam continuamente ao estádio Cajun Dome em Lafayette, cerca de 200 quilómetros a noroeste de Nova Orleans. Muitas das pessoas parecem cansadas e desorientadas. Agentes da policia, pessoal medico e voluntários acolhem-nos e encaminham-nos para o interior do estádio. A orientar a operação está Gregory Davis, o director do Cajun Dome.

“Quando eles chegam aqui, temos várias pessoas a lidar com diferentes aspectos da operação. Temos uma clinica e fazemos uma triagem medica. Temos entretenimentos para as crianças. Temos escolas, o nosso sistema regista as crianças para as levar e trazer das aulas, cozinhamos alimentos. Portanto, e como se fosse uma cidade em miniatura no Cajun Dome.”

O estadio Cajun Dome está localizado no campo da Universidade da Louisiana em Lafayette e normalmente usado para eventos desportivos e concertos musicais. Cajun refere-se ao grupo étnico predominante na área, constituído por descendentes de franceses da Acadia que vieram do Canada no século 18.

Gregory Davis afirmou que o estádio será provavelmente usado como abrigo durante pelo menos várias semanas. Disse que muitas das pessoas que lá chegam não tem nenhum sitio para ir e tem muito pouco para se sustentarem.

“As pessoas que aqui estão não tem alternativas, porque ou não tem membros da família que vivam fora de Nova Orleans ou não tem dinheiro para irem para um hotel.’

Uma dessas pessoas é Doris David, de 70 anos, que, até a semana passada, trabalhou como caixeira numa loja do French Quarter, a “baixa” de Nova Orleans e vivia numa rua da cidade bordejada de arvores. A sua casa foi esmagada por uma das arvores que caiu sobre ela. Ela não tem senão elogios para a sua nova e temporária casa no abrigo em Lafayette.

“Eles são maravilhosos, tudo está bem organizado, três refeições por dia. Tudo é tão bonito. Não há problema. Penso ficar aqui uma semana ou duas, mas se tiver de ficar mais tempo, ficarei.”

Nem todos que foram para o Cajun Dome foram a procura de abrigo. Jerome White está a viver com familiares próximos, mas perdeu contacto com a sua mãe antes de deixar Nova Orleans e está a procura dela por entre os milhares de pessoas que lá estão alojadas.

“Vim cá apenas para ver se consigo alguma informação ou ajuda se trouxeram a minha mãe num dos autocarros. Disseram-me que estão a trazer uma data de pessoas de Nova Orleans para aqui.”

Há pessoas de Nova Orleans em abrigos um pouco por toda a região. A cidade de Houston está a albergar vários milhares e o governo federal tenciona mover cerca de 25 mil refugiados para o estádio Houston Astrodome dentro de dias.

Para a técnica de saúde Nancy Dodson, de Baton Rouge, Louisiana, a situação é emocionalmente esmagadora.

“Quando penso na destruição total que ocorreu em Nova Orleans e nessas pessoas que perderam praticamente tudo. Tem problemas médicos e aparecem em Baton Rouge e não há mais camas para eles e temos de os transportar para Lafayette ou Jackson, em Mississipi, ou para outro lado qualquer. Há pessoas que não tem dinheiro e estão a dormir nos seus carros, tem problemas médicos, estão desidratadas, estão fracas. Tudo isso e muito emocional para mim. Quero dar-lhes tudo o que tenho para dar, como cobertores, quero dar-lhes uma almofada e um lugar para descansarem.”

Mas Nancy Dodson não para por muito tempo depois de deixar cair uma lagrima. Enche o deposito de gasolina da sua ambulância e volta para ajudar mais pessoas cujas vidas foram alteradas para sempre pelo furacão Katrina.

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