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Não há espaço suficiente na tenda de atendimento


Não há espaço suficiente na tenda de atendimento, à entrada da agência de ajuda alimentar de emergência, Médicos Sem Fronteiras, em Maradi. A organização construiu mais uma dependência adjacente. Todavia várias centenas de mães e crianças não podem acomodar-se no espaço que ainda parece reduzido para o efeito, improvisando-se mais espaços e centros de debaixo das árvores.

’....o pessoal médico usa um sistema na determinação dos piores casos de mal nutrição entre os mais jovens, na sua maioria crianças mais vulneráveis, que são admitidas uma de cada vez aos exames médicos...’

Desde o principio do ano, a organização Médicos Sem Fronteira, tem tratado mais de 14 mil crianças severamente mal nutridas ,no Niger. Os médicos dizem esperar este ano que tratar três vezes mais aquele numero, tal como o fizeram em Darfur, no Sudão em 2004.

Laure Soule veio com duas crianças, uma filha de três anos e um rapazito ainda no colo. Disse que cultiva os seus campos perto da sua aldeia, mas que devido à falta das chuvas este ano, não houve colheitas suficientes e que em algumas zonas as colheitas foram um desastre. Gafanhotos, diz ela, tem causado consideráveis estragos nas sementeiras de milho e outros cereais...

" hspace=2 src="/portuguese/images/doctors_wo_borders_niger_malnutrition_210.jpg" width=177 align=right vspace=2 border=0>O Programa de Alimentação Mundial, PAM, calcula que cerca de dois mil e meio de nigerinos enfrentam presentemente um grande risco de mal nutrição. Depois de uma reacção tardia em responder à crise, as instituições doadoras começam a enviar suficiente ajuda de emergência.

Laure Soule está na tenda dos médicos. A menina de três anos, Chapaatu, começa a gritar nos braços da mãe. A criança parece um esqueleto, moscas infestam-lhe os olhos e o nariz. O cabelo começa-lhe a cair...

‘...as enfermeiras colocam Chapaatu na balança...mede um pouco mais de cinco quilos e meio...e tem uma altura de apenas 72 centímetros de altura...’

Os Médicos Sem Fronteiras, que operam habitualmente nas zonas mais severamente afectadas pela falta de assistência médica, abriram o centro de atendimento em Maradi em 2001.No Niger registam-se quase todos os anos, faltas de alimentação. Mas este ano, disse uma médica do centro, a Doutora Chantal Umutoni, a situação tornou-se pior:

’...a maior parte das patologias que temos aqui são severos casos de malária, anemia, diarreia e infecções respiratórias...’

A mal nutrição, disse a Dra. Umutoni, muitas torna mortais doenças que rotineiramente são tratáveis. No sector onde a Dra. Umutoni trabalha, uma criança morreu no dia anterior. Muitas vezes, diz ela, são as crianças que aparecem tarde demais, que perdemos, tanto da malária como da diarreia, ou doutras enfermidades.

Mas Chapaatu Soulay chegou suficientemente cedo, e os médicos já lhe fizeram os exames necessários.

’...a sua mãe esteve também a sofrer de febres muito altas há cerca de 4 meses. As enfermeiras diagnosticam-na como negativa quanto à malaria, com apenas infecções nos dois olhos. Mas quando os médicos começam a alimentá-la, ela desata a chorar...’

Chapaatu fica internada no centro de Maradi onde as enfermeiras dizem que cerca de 40 por cento de crianças não admitidas por falta de espaço. Os Médicos Sem Fronteiras levantam um novo conjunto de tendas para acomodar mais pacientes. O Director do grupo ,no Niger, Johanne Sekkers, diz que a missão do seu grupo no Niger é a mais organizada de todas, e que está a ter bons sucessos, devido, em parte, ao seu pessoal médico, altamente qualificado e a estratégias apropriadas de acolhimento e tratamento das crianças tanto internas como as que vêm de fora. Afirma serem todos estes factores que resultam em que cerca de 85 por cento das crianças, tratadas aqui, regressem às suas casas em bom estado de estado de saúde.

Mas a Joanne Sekkers admite que para muitas das pacientes a ajuda veio tarde demais. A situação é muito seria, disse ele, esperando-se que as próximas semanas sejam as mais difíceis por ser já a estação de chuvas que acompanham determinadas doenças, disse. Daqui a poucas semanas, será a época das colheitas, afirma ainda, mas a reservas alimentares continuam ainda muito baixas.

O Programa Alimentar Mundial, PAM, disse que vai distribuir alimentos gratuitamente nas zonas mais afectadas, ainda esta semana, apelando a donativos no valor de 60 milhões de dólares de ajuda alimentar para combater a crise. Os Estados Unidos prometeram até agora, este ano, mais de 13 milhões de assistência ao Niger este ano.

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