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A vitoria do candidato independente e e ex-líder militar do país


A Comissão Nacional de Eleições confirmou ontem a vitoria do candidato independente e ex-líder militar do país, Nino Vieira, nas eleições presidenciais, com 52 por cento dos votos expressos nas urnas.

O responsável máximo da instituição eleitoral guineense, incumbiu-se de proclamar, Nino Vieira como novo presidente do país, ignorando desta forma as reclamações da candidatura de Malam Bacai Sanha, nomeadamente um pedido de recontagem dos votos por alegada fraude eleitoral.

Raros foram os apoiantes do candidato vencedor a aventurarem-se pelas ruas para comemorar a vitoria de Nino Vieira, por temor a eventuais confrontos com os apoiantes da candidatura adversaria, de Malam Bacai Sanha.

Alain Baro, um dos jornalistas estrangeiros a cobrir as eleições guineenses, disse a Voz da América que os principais acessos a capital Bissau, estiveram durante todo o dia de ontem vigiados pela policia, para evitar actos de violência decorrente da divulgação dos resultados.

“As pessoas estão preocupadas com a posição assumida pelo candidato apoiado pelo PAIGC, o partido no poder, Malam Bacai Sanha”

De acordo com aquele jornalista, a população continua a abandonar a capital Bissau, em busca de locais mais seguros nas províncias mais a interior do país.

A directoria da campanha de Malam Bacai Sanhá, o candidato derrotado nas presidenciais guineenses, já fez saber que vai entregar hoje ao Supremo Tribunal de Justiça, um dossier fundamentando a contestação dos resultados eleitorais.

Segundo Fernando Gomes, um dos juristas guineenses que estão a assessorar a directoria da campanha daquele candidato apoiado pelo PAIGC, no poder, o documento já está pronto a seguir para a mais alta instância de administração de justiça na Guiné-Bissau, do qual esperam e citamos que a justiça seja feita, nomeadamente que o STJ ordene a reabertura das urnas eleitorais e a recontagem dos votos, uma vez e de acordo com aquela campanha existem fortes indícios de existência de boletins de voto falsos.

Mas apesar da divulgação dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições, Chriss Melville analista do Centro de Pesquisa dos Mercados Mundiais, sediado em Londres acredita que a vitoria de Nino Vieira, muito mais do que uma solução, poderá acarretar a novos problemas a instável nação da África Ocidental.

E que quando assumir a presidência do país, Nino Vieira, vai ter que coabitar com situações que em nada irão facilitar a sua tarefa à frente dos destinos dos guineenses. Um país dividido e desarticulado em termos económicos, um governo controlado pelo partido no poder, o PAIGC, que apoiou a candidatura adversaria e umas forças armadas fora da alçada da sua influencia dos outros tempos.

“Apesar de ter contar com um significativo apoio dentro do partido no poder, esta longe de controlar a maioria” - disse Chriss Melville do Centro de Pesquisa dos Mercados Mundiais, uma organização com sede em Londres.

Enquanto isso, o presidente eleito da Guiné-Bissau afirmou ontem na sua primeira reacção aos resultados das eleições não haver condições para realizar novas eleições legislativas, pelo que garantiu que vai respeitar o governo escolhido democraticamente em Março de 2004, desde que segundo ele, saiba gerir o Estado.

Em conferência de imprensa na capital Bissau, Nino Vieira argumentou que o país precisa, primeiro, de sarar as suas feridas e, de imediato, estancar a grave epidemia de cólera que fustiga a Guiné-Bissau.

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