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Resposta a um apelo dos influentes bispos católicos


O anuncio feito pela presidente Gloria Arroyo constitui uma resposta a um apelo feito pelos influentes bispos católicos, no sentido de que fosse dada uma resposta às acusações de que teria viciado o sufrágio do ano passado.

Numa declaração enviada a Conferencia dos Bispos Católicos Filipinos, a senhora Arroyo indicou que vai constituir uma comissão da Verdade para que sejam investigadas as acusações.

A presidente Arroyo reiterou a determinação de permanecer no cargo, sublinhando que o assunto tem sido manipulado por grupos que pretendem o poder. Numa intervenção perante diplomatas filipinos, Arroyo sublinhou ser mais importante centrar as atenções na melhoria da economia.

'A tarefa imediata e união e acelerar o crescimento económico e manter a confiança dos mercados e dos parceiros comerciais.'

A crise política foi desencadeada por gravações secretas de conversações entre a senhora Arroyo e uma entidade eleitoral, feitas quando os boletins de voto ainda estavam a ser contados. A senhora Arroyo admitiu ser a sua voz e pediu desculpa por ter feito a chamada telefónica, mas desmentiu ter influenciado os resultados e recusou os apelos para que se demitisse do cargo.

Em vez de por termo ao problema a admissão da senhora Arroyo aumentou as pressões sobre a sua pessoa. Aliados começaram a juntar-se aos apelos no sentido da resignação e dez dos ministros do gabinete demitiram-se.

A crise levou, a semana passada, as agencias internacionais a diminuírem o índice de credito das Filipinas de estável para negativo, tornando mais dispendioso ao país obter empréstimos no estrangeiro.

A semana passada a Conferencia de Bispos absteve-se de solicitar a resignação da presidente, uma decisão que alguns analistas consideram poder ter salvo a sua carreira política. Em vez disso, a conferencia apelou no sentido de tratar directamente do assunto por forma a restaurar a confiança publica no governo.

A senhora Arroyo conseguiu reconstruir o Executivo, mas a oposição continua a tentar faze-la abandonar. Um grupo de deputados referiu planear introduzir, no Congresso, já na próxima semana acusações para impugnação.

Analistas políticos consideram ser pouco provável que o processo de impugnação tenha êxito, já que o partido da chefe de Estado detêm a maioria de lugares no Congresso.

O predecessor de Arroyo, Joseph Estrada, enfrentou, em 2001, a impugnação por corrupção, mas o julgamento foi interrompido por enormes protestos públicos que o forçaram a abandonar o cargo.

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