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Eliminar globalmente a pólio até o final do ano


A coligação mundial antipólio não conseguiu arrecadar os 50 milhões de dólares necessários para financiar as actividades do segundo semestre deste ano. Só foram obtidos 14 milhões, o que é insuficiente para cobrir as despesas do esforço no sentido de tentar erradicar a doença do planeta até o final deste ano de 2005.

As contribuições se originaram de vários doadores, entre eles o Banco de Desenvolvimento da África, a Cruz Vermelha Internacional e os governos do Canadá, Austrália e Irlanda

ANA – O objetivo, como dissemos, é eliminar globalmente a pólio até o final do ano. Mas as campanhas antipólio deverão continuar pelo menos 12 meses mais, depois que o último vírus da doença tiver sido detectado. Assim, em Novembro deste ano será preciso que a coligação internacional disponha de mais 75 milhões de dólares a fim de financiar as atividades do primeiro semestre de 2006. Não se deve pensar que a vigilância vá cessar abruptamente. Por exemplo, para 2007, estão previstas, desde já, campanhas de vacinação na Nigéria, na Índia e no Paquistão.

RENATO- E qual é, no momento, a situação mundial com referência à presença do poliovirus? Bem, este ano o número de casos chegou a 616. No Iêmen, o vírus importado provocou 284 casos. Na Nigéria, onde a doença é endêmica, o número foi de 193. A importação do vírus na Indonésia resultou em 100 casos. No Sudão, a transmissão foi restabelecida, com 25 casos. Outros dados: Índia, 18 casos; Etiópia, 13; Paquistão, 10; Afeganistão, 3; Níger, 2; Angola, 1; Mali, 1; República dos Camarões, 1.

ANA- Os dados que acabamos de citar foram divulgados pela coligação mundial antipólio. O primeiro comentário a ser feito é que depois da publicação dessas informações, o número de casos na Indonésia voltou a subir, para chegar agora a 111. Um dos casos ocorreu em Sumatra, que até agora não tinha apresentado a doença. Desde 1995, a Indonésia parecia livre da pólio, mas em abril a doença voltou, depois que o vírus, ao que se supõe, foi importado da Nigéria.

RENATO- O doutor Bardan Jung Rana, representante da Organização Mundial de Saúde na Indonésia, comentou:

“Achamos que o número de casos vai continuar a subir. Esperamos que a campanha de vacinação comece logo, porque quanto mais cedo for, há esperanças de o número venha a diminuir” .

ANA- Outro fato digno de nota é o ressurgimento da pólio em Angola. É o primeiro caso desde 2001, e se trata de uma menina de 17 meses de idade. O vírus parece ter sido importado da Índia, um dos seis paises onde a pólio ainda é endêmica. Segundo a Organização Mundial de Saúde, somente 45 por cento das crianças angolanas foram vacinadas contra a pólio. Uma campanha de vacinação vai ser realizada no final deste mês de julho e outra está prevista para agosto. As autoridades de saúde pública de Angola estão a aumentar as medidas de vigilância na área de Luanda, onde vive a menina que foi infectada pelo vírus

RENATO-- A Organização Mundial de Saúde acolheu com satisfação a iniciativa do Presidente americano George Bush de aumentar o investimento no combate contra a malária no mundo. O diretor –geral da OMS, dr. Lee Jong-wook, declarou que esse reforço de financiamento vai contribuir enormemente para que possa ser atingida a meta de reduzir pela metade o número de crianças e adultos que morrem anualmente devido à malária. Também o doutor Nils Daulaire, presidente do Global Health Council, saudou a iniciativa dos Estados Unidos de combater a malária como meio de reduzir a pobreza na África. Ele disse que o anúncio feito pelo Presidente Bush constitui um importante passo para reconhecer que pessoas doentes não têm condições de se livrar da miséria.

ANA - A malária , segundo o doutor Daulaire, não só mata 1 milhão de crianças na África todos os anos, como também faz adoecer um grande número de adultos que passam a não poder sustentar suas famílias. A medida proposta pelo presidente Bush estabelece um orçamento de 120 milhões de dólares para ano fiscal dea 2006, um aumento de 30 milhões em relação ao nível atual. O aumento continuará gradualmente até chegar a 300 milhões de dólares por ano. O doutor Daulaire concluiu que o Presidente Bush está a mostrar claramente ao povo americano que os Estados Unidos devem expandir o seu envolvimento na comunidade mundial.

RENATO- Outro assunto: a Organização Mundial de Saúde anunciou que precisam ser feitos mais esforços para alcançar o objetivo de eliminar completamente a lepra da África. O dr. Luis Sambo, diretor regional da OMS para a África , lembrou recentemente, durante reunião em Brazaville, que apesar do progresso já atingido, 50 mil novos casos da doença são registados na África todos os anos, o que dificulta que seja conquistada a meta de eliminar totalmente a lepra em África até o final deste ano 2005.

ANA – Na conferência realizada na capital congolesa, foi anunciado também que a Organização Mundial de Saúde pretende designar 2006 como “o ano da prevenção acelerada da SIDA em África.”

Os Estados-membros serão convidados a escolher um dia especifico para focalizar as medidas de controlo da doença. O diretor regional da OMS para a África sublinhou a importância de as comunidades criarem um ambiente favorável para que as pessoas possam mudar o seu estilo de vida de forma a evitar os riscos de contágio.

Disse ele : “O dialogo e a ação ao nível comunitário se situa no centro de todas as providências para acelerar a prevenção da SIDA”.

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