Dezenas de milhar de filipinos, dos partidos políticos ou organizações privadas, da direita e da esquerda do espectro político filipino, desfilaram pelas ruas do distrito financeiro de Manila exigindo a demissão da Presidente Gloria Makapagal Arroyo.
A policia disse que pelo menos 40 mil pessoas participaram na marcha, gritando slogans e empunhando letreiros, enquanto artistas entretinham a multidão ao som de musicas e danças de variedades, num palco improvisado.
Jenny Manuel, um dos participantes e membro da Aliança dos Trabalhadores de Saúde, disse que a Senhora Arroyo, conhecida também pelas iniciais do seu nome GMA, deve demitir-se por ter defraudado a eleição presidencial do ano passado.
’...exigimos a exoneração de Gloria Makapagal Arroyo por ter manipulado os votos do povo o ano passado...’
O Professor Pedro Abraham, da Universidade das Filipinas, líder do grupo ”Luta das Massas”, que tocava musicas tribais durante a marcha, disse que votou pela candidata Arroyo, mas que depois ficou desapontado.
’...em ultima análise, é a voz do povo que deve ser ouvida numa altura como esta em que temos alguém na presidência que não é mais credível, que não representa mais o bom senso ou decência de qualquer presidente, ou como se deve comportar qualquer líder da nossa nação...’
Entretanto, as forças de segurança foram colocadas em alto estado de alerta antes das manifestações. Mas apesar da grande afluência, a marcha não chegou a satisfazer as expectativas dos organizadores que esperavam uma participação não apenas de dezenas, mas de centenas de milhar de Filipinos, tal como as multidões que saíram para as ruas em 1986 e 2001 contra presidentes anteriores, Ferdinand Marcos e Joseph Estrada.
Enquanto a situação política parece ter recuperado a calma desde a sexta-feira, quando as multidões saíram das ruas e muitos dos apoiantes da Senhora Arroyo começaram a abandoná-la, parece que a presidente Filipina poderá ver-se forçada a abdicar o mandato.
O presidente do Parlamento, Jose de Venecia, disse que a Senhora Arroyo está a considerar seriamente a proposta dos 17 partidos políticos, ou seja, a emenda da constituição e a mudança para a forma parlamentar de governo em lugar do sistema presidencial vigente.
A proposta dos 17 partidos é uma alternativa à demissão da Senhora Arroyo, tendo José de Venecia, o líder do Parlamento afirmado que Arroyo, tal como qualquer outro político, deseja resolver a crise o mais depressa possível.
Todavia, os opositores de Arroyo prometeram voltar às ruas para continuar os protestos.