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A enviada americana endossou formalmente


Num discurso informal, durante uma reunião à porta fechada, da Assembleia-Geral, ontem, quarta-feira, a Embaixadora em exercício dos Estados Unidos, Anne Patterson, disse que, nas suas palavras, ”não deve haver quaisquer dúvidas que os Estados Unidos estão abertos a reformas e à expansão do Conselho de Segurança”.

A enviada americana endossou formalmente a candidatura do Japão a membro do Conselho de Segurança, mas não se referiu aos outros candidatos. O Japão juntou-se ao Brasil, a Índia e a Alemanha numa tentativa conjunta para a expansão do Conselho de Segurança, de 15 para 25 membros, assim como a admissão de mais seis novos membros permanentes.

Os ”Quatro-Grandes”, como é chamado o grupo, estão à busca de votos para o seu plano até o próximo mês, altura em que vão apresentar a sua segunda proposta a de serem eles próprios nomeados como membros permanentes do Conselho de Segurança, assim como a admissão de dois países africanos.

Os embaixadores das 4 nações dizem ter reunido os necessários dois terços de votos dos 191 membros da Assembleia-Geral para atingir a sua meta. Mas vários outros membros, igualmente poderosos, manifestam a sua oposição.

A China, que tem o veto no Conselho de Segurança, opõe-se a que o Japão ingresse na categoria, afirmando que quaisquer tentativas para expandir aquele organismo ,vai condenar os esforços de reformas das Nações Unidas, na sua generalidade. Por sua vez, o Embaixador do Paquistão, Munir Akran, ao sair da sala da reunião à porta fechada ,disse que muitos países, entre os quais o seu próprio país, partilham da mesma preocupação da China.

”...não há dúvida que a questão é que se um país tratar de promover a sua própria candidatura através do voto dos restantes, isso seria muito confuso e divisivo. È o que queremos evitar, porque iria destruir todo o processo de reformas...

Por outro lado, os Estados Unidos estão firmemente opostos ao plano dos chamados quatro grandes. A Embaixadora Patterson disse à Assembleia-Geral na quarta-feira que Washington adere ainda à sua ideia inicial de mais um ou dois novos membros permanentes do Conselho de Segurança, e mais dois ou três novos membros permanentes que deverão ser nomeados, segundo disse, na base de critérios objectivos.

Quanto ao presidente da Assembleia-Geral, Jean Ping, do Gabão, disse que está optimista de que uma solução de compromisso se possa encontrar. Mas admitiu que vai ser difícil encontrar-se um meio termo dado o facto de muitas pessoas em vários países terem expectativas diferentes a respeito do conteúdo do pacote de reformas.

”...a opinião pública das pessoas neste país, devido à imprensa e ao Congresso espera reformas...se não houver reformas, pode-se imaginar o problema de credibilidade que vai haver...de modo que temos que ter reformas...Mas para os japoneses, o seu país, o Japão, deve ser membro permanente...Quanto às nações do terceiro mundo, estas estão mais interessadas noutros problemas, tais como o alivio da pobreza, o perdão da dívida...todos esperam alguma coisa...”

A proposta de 7 pontos apresentada pelos Estados Unidos prevê a substituição da comissão dos direitos humanos por um organismo mais reduzido que não admita países com um historial inaceitável no domínio dos direitos humanos.

No seu discurso, a Embaixadora Patterson referiu-se também a reformas de grande alcance no que respeita à gerência e administração das Nações Unidas, na sua generalidade, tendo indicado os problemas que surgiram aquando do programa ”petróleo por alimentos”, do Iraque, e ainda ao facto das Nações Unidas não terem podido impedir que os trabalhadores de manutenção de paz tirassem vantagens sexuais das pessoas que deveriam proteger contra esses mesmos abusos.

No principio do ano, o Secretario-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, pediu aos membros das Nações Unidas para se preparem a uma série de reformas durante a reunião dos lideres mundiais para assinalar os 60 anos da fundação daquele organismo internacional em Setembro próximo.

Mas surgiram logo grandes desacordos quanto à importante questão de reforma do Conselho de Segurança, e mais uma serie doutras controvérsias que ameaçam aquele organismo internacional e a liderança do próprio Kofi Annan, criando dúvidas quanto a reformas significativas em curto prazo das Nações Unidas.

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