Links de Acesso

As rivalidades comerciais com a Inglaterra


As rivalidades comerciais com a Inglaterra constituíam para a América de Thomas Jefferson e James Madison um desafio que exigia uma política externa satisfatória e uma postura interna que promovesse o entendimento também com os estados do norte que consideravam o conflito com os ingleses e a compra da Luisiana como contrários aos seus interesses.

A guerra de 1812 não seria ainda toda a solução: Tomé Mbuia-João: Democracia Americana. Os Primeiros 45 Anos

Dizíamos na conversa passada que os embargos de Jefferson, Madison e do Congresso, em 1807 e 1808, não feriram o comercio inglês nesta América e noutras, tal como os seus autores contavam. Reforçaram apenas as alternativas que antes existiam praticadas até agora em surdina não apenas pelos ingleses, mas ainda pela própria França e pelos estados do norte.

O contrabando floresceu na periferia atlântica e através dos territórios do interior para o Canadá, já inglês desde 1763 enquanto a Inglaterra, esta entre as dificuldades no trato com a ex-colonia abria novos mercados noutra América Latina, Brasil, primeiro, e muito certamente também os outros, o México e a Argentina, sobretudo estes três grandes daquela parte da América, que se iam tornando progressivamente colónias comerciais do gigante industrial que surgia na Europa na ultima década das guerras napoleónicas, a Inglaterra na altura mesma em que a América de Jefferson e de Madison tentava impor-se como nação para ser respeitada pelos ingleses, antes de mais nada. Tema este latente nas primeiras páginas da história das duas nações, a Inglaterra e as suas ex-colonias americanas desde a independência que a Inglaterra inicialmente nunca tomara a sério, mais gravemente agora devido às rivalidades comerciais entre as duas partes.

Havia também aqui, dizíamos, uma ponta de ironia para os americanos do norte e do sul que não viam da mesma forma o seu relacionamento com a Inglaterra comercial. Os estados do norte - a grande Nova Inglaterra, Nova Iorque, neste caso, Rhodes Island, Connecticut, New Ampshire e Massachusetts, sobretudo Massachusetts, baluarte do federalismo nacionalista já dos primórdios da luta pela independência, os estados do norte estamos a dizer, nem sempre respondiam bem às iniciativas da política estrangeira de Thomas Jefferson e da sua escola agrária e sulista que consideravam contraria aos interesses desta parte da União.

Foi nesta negativa que os nortenhos interpretaram a compra da Luisiana por Jefferson em 1803 e agora também esta questão de lutas comerciais com a Inglaterra. Por duas vezes o norte ameaçou secessão mais notoriamente em 1814, a famosa "Hartford Convention" a Convenção de Hartford, onde não podia deixar de ser ... em Massachusetts que finalmente e felizmente para a América não foi mais do que uma manifestação de protesto ideológico para marcar uma posição de principio, sem ir às armas, mas a história não esqueceu.

Aqui agravava também a situação e muito a acusação generalizada segundo a qual os ingleses apoiavam e promoviam em seu proveito um nacionalismo separatista dos índios do Trans-Mississipi dos Grandes Lagos, e da faixa territorial do sudoeste até a Florida - já referidos - como sendo os Shawnees, Delawares, Miamis, Potawatomis, os Iroquois chamadas "Cinco Tribos Civilizadas"e mais os Chorokees, Chickasaws, Choctaws, Creeks e Seminoles, do extremo sudoeste.

Muito ficava para manter a unidade e fazer respeitar a América de Jefferson, fora e dentro. Guerra primeiro...1812 ... Mas não será toda a solução.

XS
SM
MD
LG