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A vigilância e as detenções fazem parte de uma semana de repressão


O director de campanha do principal partido da oposição “Coligação para a Unidade e a Democracia”, afirmou a Voz da América que pelo menos dez elementos do seu pessoal foram detidos na quarta feira pelas forças de segurança.

Ainda segundo ele a liderança do seu partido encontra-se sob constante vigilância ...

“Colocaram um dos elementos da comissão executiva, detido num escritório, nem sequer em detenção domiciliaria. Deram-lhe instruções para não deixar o escritório ... Detiveram vários dos nossos membros, incluindo a maioria dos funcionários do escritório. Penso que a ideia seja a de paralisar a organização ! Quanto aos restantes elementos são simplesmente escoltados para onde quer que vão”.

Desconhecem-se quantos apoiantes da oposição e outros elementos foram detidos, tendo os observadores eleitorais da União Europeia condenado as detenções bem como outras interferências contra a oposição.

A vigilância e as detenções fazem parte de uma semana de repressão contra elementos da oposição e de manifestantes que protestaram contra os resultados do sufrágio do passado dia 15 de Maio.

Os resultados preliminares indicam a vitoria da Frente Popular Democrática, mas os partidos da oposição, incluindo o presidente da Frente de Libertação Oromo, acusam a coligação governamental de viciação e fraude eleitoral.

Pelo menos 22 pessoas foram mortas e inúmeras feridas durante os incidentes de violência.

As credenciais dos jornalistas etíopes que trabalham para a Voz da América e a Deutsche Welle foram canceladas.

O ministro da informação etíope, Berek Simon, desmente a detenção de quaisquer dirigentes da oposição, admitindo que alguns apoiantes e membros tenham sido detidos, por aquilo que denomina de incitamento a violência.

“Qualquer pessoa que tenha instigado a violência ou incitado a acções ilegais tem de ser responsabilizada pelo que fez. Em zonas onde existiram provas concretas, enviamos essas pessoas para os tribunais.”

Berek considera a vigilância dos dirigentes da oposição como medida de precaução para impedir mais distúrbios.

A Coligação para a Unidade e a Democracia afirma duvidar que seja possível agora alcançar uma solução pacifica.

O sufrágio de 15 de Maio foi o terceiro desde que a coligação governamental chegou ao poder em 1991. No dia da eleição, o primeiro ministro Meles Zenawi impôs um mês de proibição a todas as manifestações.

Os observadores internacionais que fiscalizaram as secções de voto, detectaram irregularidades e alegados actos de intimidação.

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