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Chefe da missão da ONU na Costa do Marfim


O antigo embaixador da Suécia nas Nações Unidas, Pierre Schori, tomou formalmente posse como chefe da missão da ONU na Costa do Marfim em Março ultimo.

Depois de ter realizado uma viagem de contacto com as duas partes na dividida Costa do Marfim, Schori tornou-se mais comunicativo. Numa entrevista a VOA afirmou que isso se deve ao facto de haver agora razão para optimismo.

“Agora finalmente, há esperança, há uma perspectiva para um optimismo mínimo, porque foram dados vários importantes passos para a aplicação do acordo de Pretória. E eu chamo a esse acordo, que foi assinado sob os auspícios e mediação do presidente sul-africano Thabo Mbeki, a africanização do processo de paz, o que é um aspecto muito bom e importante."

O acordo de Pretória assinado em Abril forçou o presidente Laurent Gbagbo a autorizar o popular líder nortista da oposição Alassana Ouattara a concorrer em Outubro às eleições presidenciais – uma exigência chave dos rebeldes. Ouattara foi impedido de concorrer em anteriores eleições devido a duvidas sobre a sua nacionalidade.

Muitos nortistas marfinenses são considerados estrangeiros porque as suas origens assentam em países vizinhos. Os rebeldes afirmam que estão a combater para garantir que os nortistas sejam tratados como cidadãos iguais aos sulistas.

O acordo de Pretória delineia também o processo de desarmamento, desmobilização e reinserção dos combatentes conhecidos como DDR.

Os rebeldes estão cautelosos no que diz respeito ao desarmamento, afirmando que querem ter a certeza de que o processo não inclua apenas os seus combatentes, mas também as milícias do sul. Muitos rebeldes, que foram antigos soldados antes da insurreição ter iniciado em finais de 2002, querem também ser reintegrados num novo exército.

Um outro desafio, disse o chefe da missão da ONU na Costa do Marfim e garantir que antigos combatentes liberianos não entrem na Costa do Marfim, tentando obter os mais de 900 dólares prometidos aqueles que entregarem as suas armas.

“Essa é uma das razões porque pedimos um reforço de tropas ao Conselho de Segurança. Esperamos ter mais 2000 soldados para podermos reforçar a nossa presença ao longo das fronteiras, termos a capacidade de possuirmos uma força de reacção rápida melhor do que temos actualmente e quando começarmos o processo de desarmamento se houver quaisquer estrangeiros infiltrados, podermos separá-los e deportá-los.”

Numa recente deslocação a sede da União Europeia, Pierre Schori disse ter conseguido algumas promessas de ajuda necessárias para o processo de paz.

A Costa do Marfim foi o centro das atenções mundiais em Novembro quando a guerra civil recomeçou no norte do país e distúrbios no sul fizeram com que milhares de estrangeiros, na sua maioria franceses, abandonassem o pais, mas desde então a situação alterou-se.

“Por forma a obter apoio para a continua solidariedade com a Costa do Marfim, e uma vez que eles têm tanta coisa na sua agenda, como sejam Darfur, tsunami, Iraque, Republica Democrática do Congo, e necessário lembrar-lhes a Costa do Marfim. Mas em Bruxelas, estão a preparar importantes programas para apoiar o desarmamento, a desmobilização e a reinserção dos ex-combatentes, as eleições e ainda apoios para aliviar as péssimas condições das populações deslocadas. Existe uma crise humanitária na Costa do Marfim e não nos podemos esquecer disso.”

Outro problema são as listas de votantes para as eleições de Outubro que ainda não foram feitas. Uma nova lei da nacionalidade precisa de ser revista em linha com o acordo de paz inicial de 2003 patrocinado pela França, para ajudar a determinar quem pode actualmente votar.

Para ajudar o processo, Schori defende a continuação dos 4000 soldados franceses na Costa do Marfim juntamente com “capacetes azuis” da ONU, apesar da oposição de apoiantes do presidente Gbagbo. Eles afirmam que lutam para acabar com a rebelião na Costa do Marfim assim como por uma real independência da sua antiga potência colonial, a França.

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