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Restaurar a estabilidade no Togo


A União Africana e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) organizaram a cimeira de um dia em Abuja, Nigéria, numa tentativa para restaurar a estabilidade no Togo.

A CEDEAO ajudou a organizar as eleições togolesas de 24 de Abril que se seguiram à morte súbita a 28 de Fevereiro do presidente Gnassingbe Eyadema, há 38 anos no poder, e que deram a vitória ao seu filho Faure Gnassingbe.

Mas os resultados causaram fortes distúrbios e a repressão do exército que segundo diplomatas ocidentais causaram mais de 100 mortos e levaram milhares de pessoas a refugiarem-se nos vizinhos Benin e Gana. Um grupo de direitos humanos togoles afirma que mais de 800 pessoas foram mortas no sul do Togo, o bastião da oposição.

A porta-voz da CEDEAO, Adrienne Diop, afirmou que a organização vai trabalhar com lideres políticos rivais do Togo para garantir que a transição não conduza a mais violência.

“Por forma a garantir a participação de todos os togoleses no processo que lance as fundações para um Togo democrático e seguro, os lideres decidiram pedir-lhes para discutirem com eles o futuro e ver como e que cada um pode contribuir para a consolidação do seu país.”, precisou a porta-voz da CEDEAO.

Vários líderes da África Central e Ocidental estiveram presentes, assim como um destacado funcionário das Nações Unidas, o presidente eleito Gnassingbe e o principal líder da oposição togolesa Gilchrist Olympio.

Olympio disse que em primeiro lugar as mortes devem parar. Pediu também a realização de novas eleições. As eleições de 24 de Abril foram manchadas por fraudes maciças, incluindo provas de soldados apanhados pela televisão a roubarem urnas de votos em bastiões da oposição quando começou a contagem dos votos.

O distante terceiro classificado nas eleições, Nicolas Lawson, boicotou as conversações porque disse a CEDEAO apenas pagou o seu bilhete de avião de Lagos para Abuja. Afirmou igualmente que o problema da CEDEAO, que foi criada em grande parte com dinheiro dado pelo falecido Eyadema, e a sua falta de recursos para monitorar correctamente eleições, fazer trabalho de manutenção da paz e organizar este tipo de conversações.

“Quando não se tem o meio financeiro não se pode desempenhar um grande papel. No passado, era o falecido presidente do Togo que financiava a CEDEAO. Não sei onde é que ele ia buscar o dinheiro, agora desapareceu e passou a ser um grande problema pagar um voo para irmos a Abuja. Não se tem capacidade para tal e pedem-nos para arriscarmos a vida indo por estrada e quando lá chegamos não sei se nos dão algum documento.”

Outros líderes da oposição disseram ter decidido pagar a viagem a sua própria custa, mas uma vez lá, Lawson diz recear que alguns chefes de estado os intimidem a aceitar uma proposta que vá contra a democracia.

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