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As conversações com a União Europeia, versando programa nuclear


O ministro dos negócios estrangeiros do Irão disse que o seu país está pronto a reatar as conversações com a União Europeia, versando o seu programa nuclear.

Kamal Kharazi garantiu a saída de uma reunião com o secretario geral das Nações Unidas, Koffi Annan, que o seu país deseja dar prosseguimento ao dialogo com os países europeus sobre o seu programa de enriquecimento de urânio.

O futuro dessas conversações com o trio da União Europeia, nomeadamente a França, Alemanha e a Grã Bretanha esteve ensombrado nos últimos dias, quando o titular da pasta dos negócios estrangeiros iraniano, Kamal Kharazi reiterou na sua intervenção na conferencia sobre a não proliferação nuclear, que o Irão estava determinado em levar adiante o seu programa de enriquecimento de urânio, para fins energéticos.

Teerão tinha concordado em suspender as suas actividades nucleares no decorrer das conversações que vinha mantendo com o trio da Europa Ocidental.

Falando ontem aos jornalistas, Kharazi disse que o Irão é favorável à continuação do dialogo, desde que exista uma possibilidade de produzirem resultados positivos.

O ministro dos negócios estrangeiros do Irão reiterou ainda a possibilidade do programa nuclear do seu país vir a ser monitorizado pela Agencia Internacional para a Energia Atómica.

“O nosso programa é de certeza para fins pacíficos. Está sob a supervisão da Agencia Internacional para a Energia Atómica. E estamos de facto determinados a dar continuidade as nossas actividades nucleares para fins pacíficos, que vão servir para a produção de combustível para os reactores de produção de energia nuclear. Mas ao mesmo tempo vamos dar seguimento às negociações com os europeus, esperando que as mesmas venham a nos conduzir a resultados tangíveis no quadro de um prazo estipulado.”

Palavras do ministro dos negócios estrangeiros do Irão, Kamal Kharazi.

Num encontro anterior com os jornalistas, Kamal Kharazi tinha dito que a questão quanto à possibilidade do Irão reatar ou não, o seu programa de enriquecimento de urânio, estava ainda por decidir pelas autoridades de Teerão.

Entretanto, diplomatas nos corredores da sede das Nações Unidas, disseram que as divergências em redor do programa nuclear iraniano estão a ameaçar o sucesso da conferencia alusiva ao tratado de não proliferação nuclear de 1970, um evento patrocinado pelas Nações Unidas.

Com a conferencia a chegar ao fim da sua primeira semana, os delegados presentes estão ainda longe de chegarem a um acordo sobre os temas agendados para debate.

Diplomatas ocidentais na ONU, disseram que o Irão tem criticado a linguagem da agenda da conferencia, que elegeu o programa nuclear iraniano como tema de debate.

Tanto as Nações Unidas como delegados de vários países, tem defendido que o programa nuclear de Teerão viola o Tratado de Não Proliferação Nuclear.

O presidente da conferencia, o diplomata brasileiro Sérgio Queiroz Duarte reconheceu estar pouco optimista quando a possibilidade de superação do impasse a que chegaram os delegados a conferencia.

Queiroz Duarte advertiu ainda que um eventual falhanço nessa matéria, poderia desviar a conferencia dos seus objectivos originais.

“Se as coisas não funcionarem, então concerteza eu não poderei prever o futuro. Mas penso que seria uma situação indesejável com a qual a conferencia teria que se confrontar, se não formos capazes de definir as vias para atingirmos os objectivos preconizados, que é no fundo a revisão do tratado.”

O especialista americano em questões de não proliferação nuclear, Joseph Cirincione advertiu numa reunião do congresso dos Estados Unidos em Abril passado, que o eventual falhanço da conferencia de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear deveria ser encarado como um claro sinal de que os propósitos da não proliferação nuclear falharam.

Em 1970, o tratado de não proliferação foi ratificado por 183 nações mundiais que renunciavam as armas nucleares e em contrapartida as cinco potências nucleares mundiais, nomeadamente a Grã Bretanha, França, Rússia, os Estados Unidos e a China comprometiam-se a eliminar os seus arsenais nucleares.

Vários estados presentes na conferencia criticaram as superpotências nucleares, de terem falhado em honrar os seus compromissos de desarmamento no quadro no Tratado de Não Proliferação Nuclear.

O delegado dos Estados Unidos a conferencia, Stephen Rademaker rejeitou na sua intervenção perante os conferencistas esses mesmos argumentos, e alegou que os Estados Unidos tinham reduzido o seu arsenal nuclear em mais de 13 mil desde 1988.

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