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A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos instou o governo da Nigéria


Entregar o ex-presidente liberiano, Charles Taylor ao Tribunal Internacional para a Serra Leoa

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos instou o governo da Nigéria a entregar o ex-presidente liberiano, Charles Taylor ao Tribunal Internacional para a Serra Leoa.

O apelo dos congressistas americanos, consta de uma resolução a propósito e que antecede o encontro ainda esta semana entre o presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo e o procurador da justiça para o tribunal das Nações Unidas para os crimes de guerra na Serra Leoa, David Crane. Um encontro em que em destaque vão estar as actividade de Charles Taylor no conflito naquele país oeste africano.

Recorde-se que David Crane acusou recentemente Charles Taylor de estar em contacto permanente com a sua rede política na Libéria e de recorrer aos senhores da guerra para desestabilizar a África Ocidental.

Patrocinada pelos representantes democratas e republicanos, a resolução em questão considera Charles Taylor como um perigo permanente à estabilidade da Libéria e da África Ocidental e consequentemente dos interesses dos Estados Unidos na região.

A Nigéria, lê-se ainda na mesma resolução, deve transferir com a brevidade possível, o antigo líder liberiano para a custodia do tribunal especial sediado na capital serralionesa, Freetown, para que seja julgado por crimes contra a humanidade e outras violações as leis internacionais.

Vários legisladores usaram da palavra na sessão da Câmara dos Representantes para reiterar as alegações contra Charles Taylor.

Um deles foi o congressista Ed Royce, ex-presidente do subcomité para a África daquela câmara baixa do Congresso americano.

“Charles Taylor continua representando uma seria ameaça a paz e a segurança a África Ocidental, o que é igualmente contra os interesses dos Estados Unidos. Estou esperançado que o presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo venha a fazer o que deve de facto ser feito, ou seja entregar Charles Taylor ao tribunal especial.”

De realçar que entre as demais instituições que tem criticado o acordo conseguido para o exílio de Taylor na Nigéria, figura igualmente a União dos Jornalistas e a ordem dos advogados nigerianos .

Ao aprovar esta resolução, a Câmara dos Representantes quis deixar clara a posição dos congressistas americanos em face da questão, isto nas vésperas da visita do presidente nigeriano Olusegun Obasanjo a Washington.

Um outro congressista a usar da palavra foi o mais alto representante do partido democrático no comité das relações internacionais da Câmara dos Representantes, o Tom Lantos.

“Não vejo absolutamente nenhuma razão para que a Nigéria continue a servir de santuário a Charles Taylor, para que ele consiga de novo organizar a sua rede criminosa para aterrorizar os povos da África Ocidental.”

A resolução aprovada pela Câmara dos Representantes, faz constar ainda um ponto na qual os congressistas americanos reiteram a sua determinação em não tolerar qualquer eventual violação das condições impostas ao exílio forçado de Charles Taylor.

De entre essas condições, figura a proibição à comunicação activa com quem quer que esteja envolvido em actividades político e ilegais contra o actual governo da Libéria.

Recorde-se que David Crane, procurador da justiça do tribunal internacional para os crimes de guerra na Serra leoa, instituição patrocinada pelas Nações Unidas, acusou recentemente Charles Taylor de estar em contacto permanente com a sua rede política na Libéria e de recorrer aos senhores da guerra para desestabilizar a África Ocidental.

Mas a principal preocupação dos congressistas americanos, reside em informações recebidas e que dão conta de actividades de grupos terroristas ligados à rede Al Qaida, na região da África Ocidental.

A congressista Susan Kelly foi quem abordou este assunto na plenária.

“Tem vindo à deriva que operacionais da rede Al Qaida, antes e depois dos atentados de 11 de Setembro, encararam a África Ocidental como um santuário e um local ideal para a lavagem de dinheiro. As evidencias sugerem que Charles Taylor pessoalmente esteve envolvido como intermediário em transações envolvendo multi milhões de dólares com a rede terrorista Al Qaida.”

A resolução da Câmara dos Representantes relativa ao antigo presidente da Libéria, Charles Taylor acaba por constituir a síntese das opiniões dos legisladores sobre essa matéria, sem caracter vinculativo não foi entretanto enviado ao presidente para efeitos de sua ratificação.

De recordar que o presidente da Nigéria vai se encontrar ainda esta semana com o presidente George Bush, aqui na capital Washington, para conversações bilaterais, que deverão incluir a questão liberiana.

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