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Familiares denunciam situação carcerária preocupante dos activistas em Luanda


Activistas em tribunal
Activistas em tribunal

Ao contrário do que disseram as autoridades, há quatro activistas na cadeia de Caboxa, onde temem pela sua vida.

A situação carcerária dos 17 activistas condenados pelos crimes de rebelião, tentativa de golpe de Estado e associação de malfeitores é preocupante de acordo com alguns dos seus familiares.

Inocencio de Brito, Arante Kivuvu, Sedrick de Carvalho e Benedito Geremias correm o risco de morte em Caboxa, Nuno Álvaro Dala está muito debilitado com a greve de fome, Bingo Bingo, Hitler, Domingos da Cruz e Ata dormem no chão por falta de colchões e lençóis em Kaquila e Osvaldo Kaholo insiste na ideia de se suicidar se continuar preso.

Ao contrário do que disse ontem à imprensa o porta-voz dos Serviços Prisionais, Menezes, Kassoma, há activistas na cadeia de Caboxa, em Caxito, onde uma briga entre prisioneiros que terminou com um morto e sete feridos.

Marcelina de Brito, irmã de Inocêncio de Brito, visitou a cadeia ontem depois da briga e confirma que Brito, Arante Kivuvu, Sedrick Carvalho e Benedito Geremias encontram-se naquela prisão, para onde foram transferidos presos extremamente perigosos colocados na cadeia de Caboxa e que estiveram na origem do tumulto.

“Os presos que se rebelaram e mataram um dos detidos pegaram todos os pertences do meu irmão e dos colegas. como lençóis e colchões, e estão praticamente sem nada, eles estão inseguros'', denuncia Marcelina de Brito que teme pela vida do irmão e colegas activistas.

''Eles estão magros e depois do que aconteceu ontem eles estão com muito medo e inseguros'', alertou Brito.

Na cadeia de Kaquila, Domingos d Cruz, Bingo Bingo, Ata e Hitler são obrigados a dormir no chão segundo Emiliano Catombela que teve que levar alguma apoio a Bingo Bingo.

“Falta tudo em Kaquila, não há colchões, nem lençóis, os presos dormem no chão e muitos estão a ser levados para o posto médico devido a picadas de mosquitos”, revelou Catombela.

A VOA também falou com Gertrudes Dala, irmã de Nuno Álvaro Dala, que vai no 16 dia de greve e que continua a dizer que não a suspende enquanto não receber os pertences em poder da polícia desde 20 deJunho de 2015.

''O Nuno está cada vez pior, anda em cadeira de roda e encontra-se muito fraquinho'', diz Dala, enquanto a mãe do activista Osvaldo Caholo reitera que o filho não tira da cabeça a ideia de se suicidar caso continue preso.

Os 17 activistas presos a 20 de Junho de 2015 quando participavam no que consideraram ser uma acção de formação em activismo político foram condenados a 28 de Março a penas de prisão que vão de dois anos e oito anos e seis meses pelo Tribunal Provincial de Luanda.

Eles encontram-se distribuídas por várias cadeias enquanto aguardam o recurso interposto pela defesa que já entregou um pedido de habeas corpus ao Tribunal Supremo para que os activistas aguardem o julgamento do recurso na situação em que se encontravam aquando da sentença, ou seja 13 em prisão preventiva e as duas senhoras em liberdade.

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