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Novos pormenores sobre as mortes de Cassule e Kamulingue são revelados


Líderes do Bloco Democrático querem responsáveis no tribunal

As autoridades angolanas continuam sem dar mais pormenores sobre o desaparecimento e morte do activista Isaías Cassule e Alves Kamulingue, raptados em Maio do ano passado.

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Entretanto, o portal da internet que deu em primeira mão a notícia de que as autoridades angolanas tinham efectuado prisões relacionadas com o caso, o Club-K, divulgou hoje, 14, novos pormenores do caso afirmando que os dois encontraram a morte de forma brutal às mãos de agentes da segurança do Estado.

As revelações acontecem ao mesmo tempo que dirigentes do novo Bloco Democrático (agora unido ao Partido Popular) afirmam que vão lutar para levar os responsáveis pelo crime a tribunal

A Procuradoria-Geral da Republica (PGR) anunciou quarta-feira, 13, terem sido efectuadas quatro prisões relacionadas com o rapto e “provável homicídio” dos dois activistas que estavam a organizar manifestações de ex militares quando foram raptados.

A PGR apelou “à serenidade da sociedade em geral e reafirma o seu total engajamento no completo esclarecimento dos factos para a realização da justiça”.

A PGR disse que após investigações tinha ficado “praticamente demonstrado que os dois cidadãos teriam sido raptados nos dias 27 e 29 de Maio de 2012”, acrescentando que “se está por apurar o seu paradeiro não se descartando a hipótese de terem sido vítimas de homicídio”.

O comunicado não revelou, no entanto, a identidade dos presos, mas o Club K publicou no seu site que entre os detidos se encontram figuras ligadas aos serviços de informações do Estado

O portal mencionou um relatório confidencial entregue ao Presidente José Eduardo dos Santos que se encontra de momento ausente do país.

Segundo aquele site, Isaías Cassule “foi espancado brutalmente durante dois dias seguidos” e o seu corpo atirado ao rio Dande.

Alves Kamulingue “terá sido executado com um tiro na cabeça” e “abandonado numa mata fora de Luanda”.

Não há contudo qualquer confirmação oficial destas informações.

Entretanto, as manifestações de repúdio às informações sobre os assassinatos de Cassule e Kamulingue não param.

Dois actores políticos, agora unidos numa só força, Justino Pinto de Andrade do Bloco Democrático e David Mendes do Partido Popular condenam o acto e prometem levar ao banco dos réus os seus autores.

"É uma demonstração de um regime tirano que manda matar pessoas, por participar em manifestações, este regime deve sair do poder, devemos usar todos os meios disponíveis nacionais e internacionais, para responsabilizarmos os autores morais e materiais deste crime", disseram.

David Mendes, líder do extinto Partido Popular agora unido ao Bloco Democrático de Justino Pinto de Andrade, manifestou igualmente a sua indignação pelo desaparecimento de Isaias Cassule e Alves Kamulingue.
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