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ONU preocupada com terrorismo e crimes organizados em África


Conselho de Segurança pede maior engajamento na luta contra grupos terroristas e crimes transnacionais

O Conselho de Segurança das Nações Unidas chamou ontem a atenção para a conexão entre o terrorismo e os crimes organizados em África, e pediu um maior reforço global em resposta a esses actos.

Os 15 membros do Conselho de Segurança adoptaram por unanimidade um comunicado expressando a sua profunda preocupação no que chama de aumento da violência perpetrada por grupos armados, que segundo esse órgão, estão em crescendo em várias regiões e sub-regiões da África subsaariana.

O conselho aprovou o comunicado durante uma sessão de debate sobre como combater o terrorismo em África. Ao expressar a sua preocupação acerca da ligação entre o terrorismo e o crime organizado transnacional, e com actividades ilícitas tais como drogas, armas e tráfico humano, o Conselho exigiu uma maior coordenação com vista a reforçar a resposta global a esses fenómenos.

O Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon disse perante o Conselho que o terrorismo é uma ameaça a paz em África, segurança e desenvolvimento, apesar de ter realçado um grande progresso com vista a estabilidade na Somália e ao envio de uma missão de manutenção da paz para apoiar as autoridades de transição no Mali.

“Os avanços militares, de acordo com a sua importância, não irão por si só trazer um fim ao terrorismo em África. Esse combate deve continuar em muitas frentes, incluindo através de soluções de condições, que que conduzem a proliferação do terrorismo.”

O debate do Conselho de Segurança foi organizado pelo Togo, país que assegura a presidência este mês deste órgão das Nações Unidas. O presidente do togolês, Faure Gnassingbe disse ser extremamente urgente encontrar formas de travar o que chamou de nova onda de grupos de criminosos-narco-terroristas.

“Apenas uma resposta multi-facetada, que não deve ser estritamente militar… apenas essa resposta multi-facetada tornará possível o recuo desses grupos criminosos-narco-terroristas. É importante combinar as questões de segurança com as de desenvolvimento assim como com as de promoção dos direitos humanos.”

A embaixadora americana Susan Rice disse perante o Conselho ter havido progresso ao longo do ano passado na luta contra o terrorismo em África. A Somália e o Mali, disse ela, são as amostras de como a cooperação regional, internacional e acções podem ajudar a debelar os grupos terroristas. Rice adiantou ainda que os grupos afiliados a al-Qaida continuam perigosos.

“A construção de capacidades de Estado de combate a terroristas e a inclusão das comunidades nessa luta continua a ser indispensável. Mas nós devemos ter consciência de métodos repressivos, que as vezes alimentam a radicalização que se pretende eliminar. De facto, reduzir as ameaças do terrorismo em África exige um largo esforço para criar sociedades mais livres, prósperas e tolerantes, nas quais é rara a radicalização, as oportunidades são factíveis e as esperanças prosperam.”

Os Estados Unidos, acrescentou Rice estão a trabalhar para dar mais poderes aos cidadãos, promover a boa governação, reforçar os direitos humanos e o primado da lei, e impulsionar o crescimento económico e o desenvolvimento.
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